Folha de S. Paulo


Vendas de carros de passeio e comerciais leves recuam 39%

Fabio Braga-1.dez.2014/Folhapress
Pátio de fábrica da Volkswagen: setor sofre com pior início de ano desde 2007

É o pior começo de ano para o setor automotivo desde 2007: as vendas de carros de passeio e comerciais leves caíram 38,6% na comparação entre os meses de janeiro de 2016 (149,7 mil unidades emplacadas) e de 2015 (243,9 mil).

Os dados foram divulgados pela Fenabrave (federação nacional que reúne os distribuidores de automóveis).

O resultado ruim já era esperado, pois não havia estímulos que fizessem o consumidor ir às concessionárias em um mês carregado de despesas extras, como gastos escolares e IPVA.

No início do ano passado, as lojas ainda tinham estoque de modelos beneficiados pela redução do IPI (imposto sobre Produtos Industrializados), medida que vigorou até dezembro de 2014.

"Os resultados de janeiro não devem ser balizadores para as projeções do ano. Esse mês é atípico historicamente e carrega aspectos negativos", disse Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave. O executivo lembra que houve antecipação de compras em dezembro, que terminou com 220,6 mil unidades emplacadas.

Pelas estimativas da entidade, as vendas em 2016 deverão sofrer queda de 5,2% em relação a 2015.

Contudo, a retração registrada no mês passado mostra o quanto o setor automotivo andou para trás após dez anos de crescimento contínuo nas vendas (de 2003 a 2012) e estabilização em 2013.

Em janeiro de 2014, os 299 mil carros de passeio e comerciais leves licenciados representavam o dobro do volume negociado no mês passado.

O segmento de veículos pesados também começou o ano em forte queda. A retração nos licenciamentos de caminhões e ônibus é de 43,5% na comparação entre os meses de janeiro de 2016 e de 2015.

O setor, que é um dos mais influenciados pelas previsões do PIB, espera medidas que estimulem as vendas ao longo do ano. A primeira é o aumento da participação do BNDES nos empréstimos do Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos), válida desde o mês passado.

O banco elevou de 50% para 70% a parte do financiamento que poderá ser adquirida com base na TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). Os outros 30% seguirão as taxas de mercado.


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