Folha de S. Paulo


Mattel lança boneca Barbie menos magra; Lego cria boneco cadeirante

Fabricantes de brinquedos lançaram nesta semana bonecas com corpos mais próximos do padrão humano e brinquedos que retratam pessoas com deficiência.

O movimento é uma resposta a críticas sobre padrões de beleza inatingíveis impostos pela indústria e falta de diversidade nos produtos.

A boneca Barbie ganhou novos tipos de corpo, com uma versão menos magra, que foi chamada de "curvilínea", e a Lego apresentou um boneco em cadeiras de rodas, entre outros lançamentos.

A americana Mattel lançou nesta quinta-feira novos modelos de Barbie, que agora pode ser baixa, alta e ter corpo curvilíneo –com direito a coxas mais grossas e barriga saliente. As bonecas têm sete tons de pele, 22 cores de olhos e 24 estilos de cabelo. O modelo "clássico" continuará a ser vendido.

O projeto das novas Barbies demorou dois anos para ficar pronto. Segundo a Mattel, os novos modelos refletem melhor o mundo atual. A nova linha, chamada Fashionista 2016, deve chegar às lojas brasileiras em março.

CAINDO DO TOPO

O lançamento ocorre após queda das vendas globais da Barbie. De 2012 a 2014, a redução foi de 20% –e a tendência se manteve em 2015.

Essa queda da popularidade colaborou para que, em 2014, a dinamarquesa Lego ultrapassasse a Mattel, tornando-se a maior empresa de brinquedos do mundo.

Barbies negras e outras versões da boneca foram introduzidas no fim dos anos 1960. No ano passado, a Mattel lançou bonecas com vários tons de pele. A companhia também passou a enfatizar em seus anúncios as diferentes profissões da Barbie.

CADEIRA DE RODAS

Atendendo aos apelos de ativistas que pediam mais inclusão social em seus brinquedos, a Lego apresentou na feira internacional de brinquedos de Nuremberg, na Alemanha, seu primeiro boneco em cadeiras de rodas.

A companhia confirmou que a pequena cadeira de rodas será parte de um novo brinquedo Lego City, que será lançado em junho.

IGUAL A MIM

A campanha on-line #ToyLikeMe (brinquedo igual a mim, em tradução livre) pediu que as companhias do setor produzissem bonecos que representassem crianças deficientes. A campanha reuniu cerca de 20 mil assinaturas.

A empresa britânica Makies já havia saído na frente e criou uma linha de bonecas com deficiências físicas.

Por meio de impressão 3D, a Makies personaliza bonecas com marcas de nascença, bengalas, óculos e aparelhos auditivos, entre outras.


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