Folha de S. Paulo


BC dos EUA mantém juros e diz que petróleo deve manter inflação baixa

Jonathan Ernst - 9.out.2013/Reuters
U.S. President Barack Obama announces his nomination of Janet Yellen to head the Federal Reserve at the White House in Washington October 9, 2013. If confirmed, Yellen will run the world's most influential central bank, providing some relief to markets that would expect her to tread carefully in winding down economic stimulus. The nomination puts Yellen on course to be the first woman to lead the institution in its 100-year history. REUTERS/Jonathan Ernst (UNITED STATES - Tags: POLITICS BUSINESS) ORG XMIT: WAS601
Presidente do Fed, Janet Yellen, ao lado de Barack Obama, presidente dos EUA

O Federal Reserve (banco central americano) anunciou, nesta quarta-feira (27), a manutenção da taxa de juros norte-americana na faixa entre 0,25 e 0,50%.

A autoridade monetária não sinalizou novo aumento na próxima reunião, em março, e mostrou cautela em relação à turbulência internacional e o impacto do choque do preço do petróleo na inflação.

"O comitê espera que as condições econômicas evoluam de maneira que justifique apenas elevações graduais na taxa de juros, que provavelmente se manterá, por algum tempo, abaixo dos níveis que são previstos no longo prazo", disse, em comunicado.

Banco Central dos EUA
Conheça o FED e o impacto da alta de juros
bandeira dos Estados Unidos

"No entanto, a trajetória dos juros vai depender do panorama econômico a ser traçado por dados futuros."

O Fed reafirmou a necessidade de se sentir confiante de que a inflação caminhe rumo à meta de 2% ao ano, mas admitiu esperar que o indicador "permaneça baixo", em parte devido à queda nos preços de energia.

Ao mesmo tempo, o BC americano manifestou expectativa positiva em relação ao mercado de trabalho americano, que "melhorou, mesmo com a desaceleração do crescimento econômico", disse.

A autoridade monetária fez referência à turbulência internacional ao dizer que vai "observar de perto eventos globais e financeiros" e "avaliar suas implicações no mercado de trabalho e inflação", além de levá-la em conta "no balanço de riscos" no cenário.

EXPECTATIVAS

Em dezembro passado, o BC americano elevou a taxa de juros norte-americana pela primeira vez desde 2006, passando da faixa entre zero e 0,25% para 0,25 a 0,50%.

Desde então, novas quedas no preço do petróleo e indicadores da desaceleração na China, entre outros fatores, reduziram as expectativas de analistas e do mercado quanto ao ritmo de elevação dos juros nos EUA.

Também a economia norte-americana apresentou sinais cruzados de recuperação. O mercado de trabalho se mostrou vigoroso, com a manutenção do desemprego a 5% em dezembro.

No entanto, a pressão inflacionária permanece pequena e a atividade econômica deverá se expandir em ritmo "moderado", disse o Fed.

CÂMBIO

No Brasil, o dólar chegou a operar em queda nesta quarta-feira antes do anúncio, com a perspectiva do mercado de que o Fed adotaria tom cauteloso diante de sinais de fraqueza da economia global.

No entanto, a moeda norte-americana terminou o dia em alta. Na cotação comercial (usada em comércio exterior), a valorização foi de 0,39%, a R$ 4,085. O dólar à vista avançou 0,25%, para US$ 4,0695.


Endereço da página:

Links no texto: