Folha de S. Paulo


Saiba se o rendimento de seu fundo Petrobras perde do FGTS

A maioria dos fundos FGTS-Petrobras, que chegaram a render mais de 1.100% em meados de 2009, já estão perdendo para o ganho das contas vinculadas do fundo de garantia, cuja rentabilidade soma 3% ao ano mais a TR (Taxa Referencial) e perde seguidamente para a inflação.

É a primeira vez que isso ocorre em mais de 15 anos de existência dessas aplicações.

Dos 37 fundos da categoria, apenas oito ainda tinham rendimento superior aos 103,6% acumulados pelo FGTS desde agosto de 2000.

Àquela época, o trabalhador teve a opção de aplicar até metade do dinheiro preso no FGTS para comprar ações ordinárias (com voto) da Petrobras com desconto de 20% –310,2 mil trabalhadores aderiram à aplicação.

Os dados, compilados pela consultoria Economatica, levam em conta as cotas fechadas até o dia 20. O retorno do FGTS foi depositado pela Caixa, gestora do fundo de garantia, até 10 de janeiro.

Todos os fundos perderam para a inflação no período, que somou 173,88% no IPCA.

Os fundos com a melhor performance são aqueles que cobram taxas de administração (quanto o banco fica para cuidar do fundo) de no máximo 1% ao ano. São os casos dos fundos Alfa 1 (0,38% de taxa) e Alfa 8 (0,5%), que renderam 127,92% e 121,94%.

FGTS-Petrobras - Veja se a rentabilidade de seu Fundo FGTS-Petrobras supera a do FGTS

Entre os fundos da própria Caixa, que lidera o segmento, só o Caixa 4 se sobressai com ganho acumulado de 106,69%. Esse fundo tem taxa de 0,95%, segundo a Economatica. Os fundos Caixa 2 (1,4% de taxa) e Caixa 3 (1,2%) tiveram ganhos de 91,48% e 98,89%, respectivamente.

Os fundos FGTS-Petrobras devem aplicar até 95% do patrimônio em ações ordinárias da estatal. O restante costuma ficar em títulos públicos, que têm tido retorno superior às ações nos últimos meses.

Quem quiser deixar o investimento tem a opção de pedir o resgate do FGTS-Petrobras e levar o saldo de volta para a conta vinculada do fundo de garantia. Uma vez pedido o resgate não há opção de retornar à aplicação.

Apesar de perspectivas difíceis para a Petrobras, não está descartada uma reação do preço das ações.

Apenas neste ano, as ações ordinárias da estatal recuaram 27,5%. Desde o seu auge, em 2008, os papéis da petroleira tiveram queda de 90%, reflexo da crise da empresa (tanto de credibilidade, após a Operação Lava Jato, como fraco desempenho financeiro) e baixa no preço internacional do petróleo.


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