Folha de S. Paulo


Aperto monetário vai derrubar ainda mais a economia, diz CNI

Na semana da decisão sobre a taxa de juros, o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, diz que o ideal seria uma redução, e não uma alta da Selic. Para ele, um aperto monetário não terá efeito sobre a inflação e vai derrubar ainda mais a economia.

No Palácio do Planalto, a avaliação é que dificilmente os juros não irão subir nesta quarta (20), mas a expectativa do governo é que o aumento seja "mínimo", ou seja, de 0,25 ponto percentual. Hoje a Selic está em 14,25% ao ano.

Segundo assessores, o BC deve subir a Selic muito mais como resposta às pressões políticas feitas pelo PT e por setores do governo contra a alta dos juros na primeira reunião do ano do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC.

Tecnicamente, assessores avaliam que há argumentos para a taxa de juros não subir. O mercado espera alta de 0,50 ponto percentual, mas até economistas ortodoxos estão defendendo que ela fique inalterada por causa da piora do cenário externo.

Além da queda dos juros, o presidente da CNI defende novos cortes de gastos e reformas estruturais para tirar o país da recessão. "Essa é a melhor receita para fazer o país crescer. As medidas em elaboração pelo governo são muito mais uma operação tapa-buraco", avalia.

O empresário diz que o setor privado está interessado principalmente nas reformas da Previdência e trabalhista.

As propostas devem ser apresentadas pela presidente na quinta da próxima semana (28), em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Conselhão).

Nesta segunda, o ministro Nelson Barbosa (Fazenda) voltou a avaliar com a presidente iniciativas de estímulo à economia. Na reunião, Dilma também acertou a linha do discurso de Barbosa no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), que será focado no ajuste fiscal.


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