Folha de S. Paulo


Tecnologia cortará 5,1 milhões de empregos nos próximos 5 anos

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Robô Spencer, que a KLM está desenvolvendo para ajudar turistas em aeroporto de Amsterdã
Robô Spencer, que a KLM está desenvolvendo para ajudar turistas em aeroporto de Amsterdã

A crescente automação e outros avanços tecnológicos já em andamento deceparão algo em torno de 7,1 milhões de empregos nos próximos cinco anos, número que não será nem remotamente compensado pela criação de 2 milhões de postos de trabalho.

A tecnologia avançada deixará, portanto, um deficit de 5,1 milhões de empregos, informa a pesquisa "O Futuro do Trabalho", publicada nesta segunda-feira (18) pelo Fórum Econômico Mundial.

O levantamento foi feito em 15 países, Brasil inclusive, que concentram 65% da força mundial de trabalho.

O criador do Fórum, o empresário e professor suíço Klaus Schwab, acaba de lançar livro em que batiza de "Quarta Revolução Industrial" o notável avanço tecnológico cujo impacto no emprego é analisado na pesquisa.

"A 4ª Revolução Industrial, que inclui desenvolvimento em campos antes desconectados como inteligência artificial, robótica, nanotecnologia, impressoras 3D, genética e biotecnologia, causará disseminada perturbação não somente para os modelos de negócios, mas também para o mercado de trabalho nos próximos cinco anos, com enormes mudanças previstas no conjunto de habilidades requeridas para prosperar no novo panorama", diz o relatório do Fórum.

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O impacto dessa nova revolução industrial —na verdade, vai muito além da indústria tradicional— variará consideravelmente de setor para setor, prevê a pesquisa, feita com funcionários qualificados do setor de Recursos Humanos e com especialistas em estratégia.

"O setor de saúde é o que sofrerá o maior impacto negativo em termos de empregos nos próximos cinco anos, seguido conjuntamente por Energia e Serviços Financeiros e de Investimento", diz o texto.

Previsivelmente, o setor que criará mais empregos é o de Tecnologia da Informação e da Comunicação, seguido por Serviços Profissionais, Mídia e Entretenimento.

A pesquisa tratou de saber também como os profissionais interrogados pensavam responder ao desafio. Descobriu que "a mais popular estratégia relativa à força de trabalho, através de todas as indústrias, é investir em requalificar os empregados atuais".

Também foram apontadas iniciativas como respaldar a mobilidade dos trabalhadores e a rotação no trabalho, atrair (mais) mulheres e talentos estrangeiros, além de oferecer estágios.

Menos popular é a estratégia de empregar pessoal temporário ou virtual.

No caso específico do Brasil, os pontos mais defendidos pelos entrevistados são exatamente a requalificação dos trabalhadores (apontadas por 59%) e a mobilidade (52%).

A pesquisa apurou também, sempre no caso do Brasil, que o maior obstáculo para enfrentar a revolução já em curso é "insuficiente entendimento das mudanças", item mencionado por 55% dos entrevistados.

Seguem-se "força de trabalho não alinhada à estratégia de inovação" (48%) e "pressão dos acionistas para resultados no curto prazo" (48% também).

O tema do encontro anual-2016 do Fórum Econômico Mundial, que começa nesta quarta-feira (20) é exatamente "Gerenciando a Quarta Revolução Industrial".

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