Folha de S. Paulo


Consumo de etanol bate recorde, mas vendas de combustíveis caem em 2015

Zanone Fraissat/Folhapress
Carro sendo abastecido com gasolina; preço do petróleo cai, mas gasolina não deve baratear
Carro sendo abastecido com gasolina: vendas do combustível caíram 8,6%, diz Sindicom

As vendas de todos os combustíveis no Brasil recuaram pouco mais de 3% em 2015 ante o ano anterior, apesar do forte aumento no consumo de etanol hidratado para volumes históricos, segundo dados publicados nesta terça-feira (12) pelo Sindicom, o sindicato das empresas distribuidoras de combustíveis.

O recuo das vendas das associadas do sindicato no período foi o primeiro pelo menos desde 2005 —segundo dados disponíveis do Sindicom—, em meio a uma crise econômica no país.

As vendas de etanol hidratado registraram o maior volume comercializado desde o início do programa do álcool, informou o Sindicom, com o combustível renovável mais competitivo frente à gasolina em importantes Estados consumidores na maior parte do ano.

As vendas do biocombustível somaram mais de 11 bilhões de litros, alta de 39,2% em relação ao ano anterior.

"Na maior parte do ano, os preços do etanol hidratado tiveram uma paridade de preços favorável em relação à gasolina nos principais Estados produtores (São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul)", afirmou o Sindicom, na nota publicada nesta terça-feira.

Com o aumento da demanda pelo etanol, as vendas de gasolina sofreram queda de 8,6% no mesmo período. Foi a primeira queda das vendas de gasolina das associadas do Sindicom desde 2009.

Quando somada a comercialização total de gasolina e etanol hidratado, considerando a equivalência energética dos produtos, houve uma redução de 1,7% nas vendas. A queda, explicou o Sindicom, reflete o recuo estimado no consumo das famílias, da ordem de 2%, segundo relatório do Banco Central.

DIESEL

Já as vendas de óleo diesel, diretamente impactadas pela atividade econômica de um país, caíram no Brasil 5% em 2015 em relação ao ano anterior, refletindo a menor atividade econômica de acordo com as projeções do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano de 2015, explicou o Sindicom.

"Apesar de a produção agropecuária apresentar um pequeno crescimento, a produção industrial e o setor de serviços devem apresentar maiores perdas, conforme relatório divulgado pelo Banco Central, impactando negativamente as vendas de diesel", afirmou o Sindicom, na nota.

As vendas de diesel das associadas do Sindicom também não recuavam desde 2009.

O óleo combustível também apresentou queda de 19,3%, "devido ao menor acionamento das termoelétricas, em 2015", segundo o Sindicom, enquanto o querosene de aviação (QAV) teve redução de 1,6%, comparado a 2014.

As associadas do Sindicom representam aproximadamente 80% do volume de distribuição de combustíveis e lubrificantes no Brasil. Os números de vendas de combustíveis em 2015 da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que considera todo o mercado, ainda não foram publicados.


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