Folha de S. Paulo


Com novo salário mínimo, gastos com INSS vão subir R$ 52,5 bi em 2016

João Wainer/Folhapress
ORG XMIT: 235801_0.tif Cédulas de Real. (Foto de João Wainer/Folhapress)
Cédulas de real; com baixo rendimento da poupança, investidores buscam alternativas de investimento

Os gastos do governo com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) devem crescer em R$ 52,5 bilhões em 2016, alcançando R$ 494,3 bilhões, segundo estimativas da consultoria Tendências.

O aumento será puxado principalmente pelo reajuste do salário mínimo anunciado pelo governo na terça-feira (29), de R$ 788 em 2015 para R$ 880 em 2016.

Segundo a consultoria, só o reajuste provocará um aumento de R$ 37,1 bilhões nas despesas previdenciárias.

"A questão é que 70% das aposentadorias e pensões são reajustados pelo mínimo. Outros 30% são reajustados pela inflação do INPC, que no cálculo do governo será de 11,55%", diz Fabio Klein, economista da Tendências.

As despesas previdenciárias cresceram de forma constante nos últimos anos. Em 1988, elas representavam 2,5% do PIB do país. Esse número chegou a pouco mais de 7% recentemente.

Segundo Klein, o problema é que o avanço das despesas previdenciárias não é acompanhado por mais receitas do governo para cobrir o deficit do INSS, que acumulou R$ 88,86 bilhões de janeiro a novembro deste ano.

"Esse é o maior problema de gasto estrutural do governo atualmente. E a tendência é de aumento do deficit nos próximos anos, resultado do envelhecimento da população", disse Klein.

O ministro Nelson Barbosa (Fazenda) disse no início de dezembro que o governo vai enviar ao Congresso uma proposta de reforma da Previdência que incluirá uma idade mínima obrigatória para aposentadoria pelo INSS.

Essa medida era defendida pelo ex-ministro Joaquim Levy (Fazenda), além da revisão de benefícios assistenciais e das aposentadorias. Era uma sinalização de médio e longo prazo sobre os rumos da política fiscal.


Endereço da página:

Links no texto: