Folha de S. Paulo


Substituto de Barbosa no Planejamento era plano B de Dilma

Pedro Ladeira - 15.mai.2015/Folhapress
O novo ministro do Planejamento, Valdir Simão
O novo ministro do Planejamento, Valdir Simão

O novo ministro do Planejamento, Valdir Moisés Simão, ficou sabendo da nova missão apenas nesta sexta-feira (18) à tarde, momentos antes de ser chamado pela presidente Dilma Rousseff em seu gabinete para ser convidado para substituir Nelson Barbosa.

Pego de surpresa, Simão, então titular da CGU (Controladoria-Geral da União), seguiu o discurso do novo ministro da Fazenda: ele ressaltou que o ajuste fiscal é importante, mas "não é por si só suficiente" para o equilíbrio fiscal, e, por isso, são necessários "ajustes estruturais", especialmente nas despesas obrigatórias da União.

"Nosso objetivo é fazer com que possamos concluir a reforma administrativa do Poder Executivo federal e trabalhar incessantemente na melhoria da gestão, da qualidade do gasto e na busca da excelência na coleta de recursos públicos", afirmou.

MUDANÇA NA FAZENDA
Barbosa substitui Levy no ministério
Joaquim Levy e Nelson Barbosa

Ele não foi a primeira opção da presidente para o posto. Antes, ela havia mandado sondar outros nomes para o posto, como o do presidente do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV, Luiz Schymura, que recusou.

A reportagem da Folha abordou Valdir Simão ontem à tarde no Planalto, logo depois de ele anunciar a edição de MP que acelera acordos de leniência com empresas envolvidas em corrupção, entre elas as empreiteiras atingidas pela Operação Lava Jato.

"O senhor vai acabar virando ministro de outra pasta, estão procurando nomes", provocou a Folha. Ele respondeu que não havia essa possibilidade.

Mais tarde, após a entrevista e já na condição de novo ministro do Planejamento, Valdir Simão afirmou à reportagem: "Naquele momento, eu não sabia que seria ministro, fui convidado hoje à tarde pela presidente".

CARREIRA

Formado em direito, Simão é auditor fiscal e servidor de carreira da Receita Federal, órgão no qual exerceu o cargo de secretário-adjunto de 2007 a 2008. Também foi secretário da Fazenda do Distrito Federal no início do governo Agnelo Queiroz (PT), presidente do INSS no governo Lula e secretário-executivo da Casa Civil e do Ministério do Turismo no primeiro mandato da presidente Dilma.


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