A empresa de sondas Sete Brasil adiou a assembleia marcada para esta sexta (18) em que os sócios decidiriam se partem ou não para um processo de recuperação judicial. A votação ficou para a segunda semana de janeiro.
A companhia já está avaliando propostas de escritórios de advocacia especializados nesse tipo de processo.
Até lá, os acionistas vão conversar com credores, operadores, investidores e os estaleiros contratados para construir as sondas. A ideia é ir à Justiça já com um acordo de recuperação costurado com todos eles.
Também está na mesa um processo de indenização contra a Petrobras de pelo menos R$ 20 bilhões por danos.
Em uma eventual recuperação judicial, a Sete vai tentar convencer o juiz de que foi criada pelo governo para retirar o peso do custo de construção das sondas de exploração do pré-sal da Petrobras.
De acordo com o plano do governo, a estatal alugaria os equipamentos pagando um pouco a mais do que no mercado internacional como forma de desenvolver a indústria local. O BNDES financiaria a Sete diretamente.
O projeto começou a ruir com queda do preço do petróleo. O BNDES se recusou a dar dinheiro diretamente para a companhia, que se endividou com bancos, pagando juros mais elevados. Hoje, ela deve cerca de R$ 14 bilhões.
A situação piorou com o envolvimento da Sete na Lava Jato. Os pagamentos aos fornecedores foram represados, e o caixa da Sete está praticamente esgotado.