Folha de S. Paulo


'Não são os 20 centavos', diz Levy sobre meta fiscal de 2016

Guadalupe Pardo/Reuters
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tentou diminuir a especulação de que deixaria o governo se a meta fiscal para 2016 for menor que os 0,7% do PIB já projetados. Ele falou a empresários do setor de máquinas, em São Paulo, na noite desta sexta-feira (11).

"A questão de meta, se a meta vai ser 0,7%, se não vai ser 0,7%, não são os vinte centavos, é todo o resto que é importante, as mudanças estruturais, as reformas", disse, em uma comparação com os protestos de junho de 2013, que começaram com o aumento na passagem de ônibus em São Paulo.

Levy também negou que tenha falado com a presidente Dilma Rousseff sobre a meta fiscal de 2016, em reunião no final da tarde desta sexta (11), em Brasília.

O ministro afirmou que um novo rebaixamento tornaria ainda mais restrito o crédito a empresários. "Os bancos que têm dívidas externas terão dívida mais cara e vão repassar o custo para os tomadores", alertou.

BNDES

Para ele, o governo tem conseguido implementar medidas que diminuem a importância do financiamento público, via BNDES, de grandes obras públicas. Ele voltou a citar o exemplo do leilão de concessão de hidrelétricas, realizado no final de novembro. "Antes, quem teria financiado seria o BNDES", afirmou.

Ele defendeu que a saída do banco de desenvolvimento de grandes projetos libera recursos para apoio à empresas menores.

Levy voltou a dizer que o governo não deve parar enquanto o Congresso julga a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, sem citar diretamente a possível deposição de Dilma.

Aos empresários, ele reforçou que o projeto de reforma do PIS/Cofins está na Casa Civil e pode ser enviado pela presidente ao Congresso em breve.

Após seu discurso, Levy recebeu apoio de pequeno grupo de empresários para a mudança do PIS/Confis. Não deixou, no entrando, de ouvir piadas. "Vamos apoiar o PIS/Cofins. 3% e não se fala mais de CPMF", disse Matias Elter, conselheiro da Abimaq.


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