Folha de S. Paulo


Agência Nacional de Petróleo arrecada R$ 4 mi com leilão de campos inativos

A ANP (Agência Nacional de Petróleo) arrecadou R$ 4,248 milhões em leilão ocorrido nesta quinta-feira (10) que ofertou dez campos em terra inativos desde os anos 1980 e 1990.

São áreas que tiveram descobertas de petróleo e gás no passado. Oito dos campos chegaram a efetivamente produzir. As áreas ficam no Maranhão, Rio Grande do Norte, Bahia, Espírito Santo e Paraná.

Inativas atualmente, são classificadas como de "acumulação marginal" pela ANP, o que significa que têm reservas de baixo volume.

A despeito do preço do barril de petróleo seguir em queda no mundo– caiu no início dessa semana para abaixo dos U$ 40– a rodada despertou o interesse de empresas de pequeno porte.

Nove das dez áreas foram vendidas. A arrecadação representou um ágio de 623% sobre o bônus de assinatura mínimo, valor pago pelas empresas pelo direito de exploração, de R$ 629 mil.

Nenhuma das participantes levou mais de um lote. Um dos motivos para o interesse alto foi a flexibilização das regras gerais de conteúdo local. O investimento previsto com os campos deve chegar a R$ 7,910 milhões, de acordo com a ANP.

O bloco de Barra Bonita, no Paraná, teve a maior disputa e alcançou bônus de assinatura de R$ 2,577 milhões. A empresa EPG Brasil arrematou a área com um ágio de 3.002% sobre o valor mínimo.

A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, disse que a rodada atendeu às expectativas e que a oferta de áreas com acumulação marginal irá fomentar pequenas empresas do setor.

"O campo em terra é uma porta de entrada bem razoável para uma empresa que quer começar no setor", disse Magda, após o certame, no Rio.

"Temos que dar crédito a um movimento de empresas brasileiras que estão buscando oportunidades e enxergando que há, sim, espaço para rejuvenescimento de campos inativos"

Segundo a diretora, "há uma necessidade absoluta de fomento às pequenas empresas" de petróleo no país.

O leilão é um complemento da 13ª Rodada, ocorrida em outubro passado.

Na ocasião, houve baixo interesse das empresas do setor em função da queda do preço do barril de petróleo do último ano. Apenas 35 das 266 áreas ofertadas foram arrematadas.

A Petrobras e outras grandes petroleiras, como Shell e BP, não fizeram lances e quem se destacou foram as empresas de pequeno e médio porte.

A ANP arrecadou R$ 121 milhões com bônus de assinatura, valor pago pelas petroleiras pelo direito à exploração. Se todos os blocos tivessem sido comprados, a agência teria arrecadado pelo menos R$ 978,6 milhões.


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