Folha de S. Paulo


ONG inclui Petrobras em lista dos maiores casos de corrupção atuais

A ONG Transparência Internacional incluiu a Petrobras em uma lista de candidatos a melhor representante do que chama de "grande corrupção".

A empresa está no centro de um esquema de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo grandes empreiteiras do país e políticos investigado pela Operação Lava Jato.

Iniciada nesta quarta-feira (9), a votação pública vai até o dia 9 de fevereiro e faz parte da campanha Unmask the Corrupt (desmascare o corrupto, em uma tradução livre). É possível participar através do site www.unmaskthecorrupt.org.

Com sede em Berlim, a Transparência Internacional é referência na luta contra crimes econômicos no setor público.

A lista de 15 candidatos inclui, por exemplo, Fifa e dois líderes derrubados pela Primavera Árabe, o tunisiano Ben Ali e o egípcio Hosni Mubarak.

No campo referente à Petrobras, a ONG destaca US$ 2 bilhões em propina supostamente direcionada a políticos e "dezenas de milhares de empregos perdidos". Pela tarde de quarta, a Petrobras aparecia em segundo lugar, atrás do senador da República Dominicana Felix Bautista.

Reprodução
Página da campanha
Página da campanha 'Unmask the Corrupt', da ONG Transparência Internacional

Os 15 candidatos, selecionados entre 383 indicações, são casos simbólicos de abusos que atualmente permanecem impunes, e com os quais "poucos se beneficiaram às custas de muitos", causando dano social severo, segundo a ONG.

Entre os candidatos se encontram o presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich, a filha do presidente de Angola Isabel Dos Santos e o ex-presidente do Panamá, Ricardo Martinelli.

Também aparecem entidades como a empresa pública chinesa China Communications Construction Company, o Banco Espírito Santo de Portugal e a fundação pública chechena Akhmad Kadyrov.

A lista de candidatos da "grande corrupção" é completada pelo Estado americano de Delaware, por permitir o registro anônimo de empresas, pelo governo e instituições do Líbano e pelo comércio de jade em Mianmar.

"Junte-se a nós neste novo esforço para deter a grande corrupção e vote no caso que você acredita que melhor a descreve", pede o presidente da TI, o peruano José Ugaz.

O objetivo com a ação é "mobilizar o máximo de gente possível na luta contra a corrupção", para a qual a organização pretende contribuir "mostrando o que devem fazer governos e indivíduos", nas palavras de Ugaz.


Endereço da página:

Links no texto: