Folha de S. Paulo


Gol prevê redução de 4% a 6% das decolagens no 1º semestre de 2016

Leonardo Wen/Folhapress
ORG XMIT: 274901_1.tif Desastre Aéreo do Airbus-A320 da TAM: avião da Gol pousa na pista do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, SP, que passou a receber ranhuras após acidente com o Airbus-A320 que matou 199 pessoas em 17 de julho de 2007. (São Paulo, SP, 27.07.2007. Foto de Leonardo Wen/Folhapress)
Avião da companhia aérea Gol pousa na pista do aeroporto de Congonhas, em São Paulo

A Gol anunciou nesta segunda-feira (7) uma redução de 4% a 6% nas decolagens do mercado doméstico no primeiro semestre de 2016.

Em encontro com analistas e investidores, o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, disse que os ajustes são para se adaptar à nova realidade do setor. As decolagens domésticas do Gol somaram 149,5 mil no primeiro semestre deste ano.

Executivos da empresa aérea procuraram mostrar confiança sobre a posição de caixa e as medidas para lidar com o cenário de menor demanda e maiores custos. Antes, a Gol já anunciara redução da oferta doméstica entre 5% e 7% para este quarto trimestre.

No mercado internacional, haverá redução de destinos como os Estados Unidos, dado o efeito da desvalorização cambial, e aumento de voos para destinos na América do Sul.

"Pela primeira vez depois de quase uma década temos todos os competidores alinhados na projeção de redução da oferta", disse Kakinoff, o que ele classificou como "estimulante".

Mesmo com os ajustes, Kakinoff disse que a empresa vai reforçar os três hubs estratégicos em Guarulhos (SP), Galeão (RJ) e no aeroporto de Brasília (DF).

A empresa citou também medidas ligadas à eficiência, que devem gerar economia de R$ 300 milhões por ano, patamar a ser alcançado em 2017. Para 2016, a expectativa é de uma economia ao redor de R$ 250 milhões.

Quanto à posição de caixa, uma das principais preocupações de analistas devido ao cenário de menor rentabilidade, a Gol disse ter se antecipado em setembro por meio da transação com a norte-americana Delta, que ampliou de 2,93% para 9,48% sua fatia no capital da empresa brasileira.

Atualmente o caixa da Gol está em R$ 3,1 bilhões.

O vice-presidente financeiro da empresa, Edmar Lopes, disse que a Gol reduziu seus compromissos financeiros de R$ 750 milhões para cerca de R$ 250 milhões no período 2015-17, com o objetivo de preservar o caixa. Segundo ele, a Gol terá maior pressão de refinanciamento da dívida somente a partir de 2020.

A empresa disse possuir alternativas de liquidez para reforçar o caixa, como US$ 300 milhões em ativos de aeronaves e recebíveis não utilizados.

Essas alternativas podem ser acessadas caso o caixa fique abaixo de 25% da receita líquida dos últimos doze meses. No fim de setembro, esse percentual estava em 31,2%.

A Gol reafirmou meta de margem operacional em 2015 no intervalo de 0 a negativa em 2%, o que será possível atingir com alguma recuperação nas receitas, segundo Kakinoff.

FUSÕES E AQUISIÇÕES

Com o setor aéreo na América Latina pressionado por fatores como a desvalorização cambial, Kakinoff disse ver o movimento de fusões e aquisições se intensificando na região.

"A empresa tem um histórico que envolve ações de crescimento inorgânico e a gente olha oportunidades que possam existir. Pessoalmente, acho que elas aparecerão", disse o executivo.

"A posição da empresa é nos mantermos como player importante para aproveitar oportunidades. Nada está em curso ou visível nesse momento", disse.


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