Folha de S. Paulo


Impeachment pode prejudicar ajuste fiscal no Brasil, diz Fitch

A abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff pode prejudicar o ajuste fiscal no país, afirma Shelly Shetty, chefe para a América Latina da agência classificação de risco Fitch.

A agência rebaixou o Brasil em outubro, deixando o país a um degrau de perder o grau de investimento. A nota foi cortada de "BBB" para "BBB-", com perspectiva negativa —o que significa que pode sofrer novo corte quando a agência revisar sua avaliação sobre o Brasil, o que poderia afastar investimentos estrangeiros no país.

Em nota, Shetty diz que possibilidade de nova redução na classificação de risco do Brasil reflete os riscos relacionados à grande incerteza política no país, "que prejudica a confiança, o crescimento e a habilidade do governo de responder de forma efetiva aos desafios econômicos e fiscais que se acumulam."

Agora, com a possibilidade de saída da presidente, essas incertezas podem aumentar, elevando o risco de outro revés para o ajuste, diz. A situação fiscal é um dos principais dados econômicos considerandos pelas agências de risco para determinar a classificação do país.

A Fitch ressalta ainda que continuará monitorando os acontecimentos no Brasil. A perspectiva negativa na classificação de risco indica que o país pode sofrer novo rebaixamento em período entre 12 e 18 meses.

Em entrevista à Folha em outubro, porém, a analista afirmou que a mudança pode acontecer antes deste prazo, a depender de como os riscos evoluem.


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