Folha de S. Paulo


Fitch ameaça rebaixar Vale e põe Samarco em grau especulativo

A agência de classificação de risco Fitch Ratings colocou a nota de crédito da Vale em observação negativa pelos riscos de socorro à Samarco após o rompimento da barragem em Mariana (MG).

A companhia permanece com a dívida classificada como grau de investimento, mas, ao entrar em observação negativa, pode ser rebaixada a qualquer momento.

A Vale divide o controle da Samarco com a australiana BHP Billiton. As duas empresas já têm sentido impactos do acidente no valor de suas ações, que voltaram a níveis de 10 anos atrás.

Em nota distribuída nesta terça-feira (1), a Fitch diz considerar "o alto valor econômico da Samarco um importante incentivo para que seus acionistas prestem suporte financeiro".

"Há grande incerteza quanto às implicações de um possível suporte à Samarco para o perfil de crédito da Vale", diz o texto, ressaltando que, "no atual estágio, é difícil mensurar o total de multas e os custos de limpeza e desobstrução decorrentes do acidente".

SAMARCO

Também nesta terça, a Fitch rebaixou a nota de crédito da Samarco para grau especulativo, em função da parada de produção após o rompimento da barragem em Mariana (MG).

É o segundo rebaixamento da nota da empresa após o acidente - na semana passada, a nota de crédito da companhia foi revista pela Standard & Poors.

"O rebaixamento dos ratings reflete a expectativa da Fitch de que a Samarco não retomará suas operações normalmente por um longo período", explicou a agência, que teme a falta de recursos para o pagamento de juros da dívida.

Os ratings da dívida de longo prazo da Samarco foram rebaixados para BB-.

Além disso, assim com a S&P, a Fitch demonstrou preocupação com a capacidade da Samarco para cumprir os compromissos assumidos com seus credores [chamados de covenants], que determinam um limite para a relação entre dívida líquida e geração de caixa.


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