Folha de S. Paulo


Montadoras retomam produção após greve acabar em confronto

Com o fim da greve nas empresas Intertrim e Trimtec, fornecedoras de revestimentos têxteis para tetos e portas de veículos do interior paulista, as montadoras afetadas devem retomar a produção a partir desta terça-feira (1).

A paralisação terminou após um grupo com cerca de 70 trabalhadores das duas fábricas, que pertencem ao grupo espanhol Antolin, e sindicalistas terem entrado em confronto na manhã desta segunda-feira (30), em Caçapava, no interior de SP.

Segundo o grupo espanhol, o fornecimento de peças aos clientes deverá ser restabelecido em um prazo de um dia.

A confusão começou por volta de 7h30 e durou cerca de meia hora, quando uma assembleia na empresa avaliou e aprovou nova proposta de reajuste salarial.

Segundo informações da Polícia Militar da região, não houve feridos e ninguém foi preso.

A paralisação nas duas empresas durou pouco mais de duas semanas e ocorreu por motivos salariais e em função de uma disputa sindical na região.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, ligado à CSP-Conlutas, apoiou a greve dos trabalhadores, que são oficialmente representados pelo Sindicato dos Têxteis de Taubaté, filiado à Nova Central Sindical.

Parte da representação é feita pelo Sindicato dos Contramestres e Têxteis da Força Sindical, que esteve no local, segundo relatos de trabalhadores e da empresa, para encerrar a greve.

O sindicato dos metalúrgicos informou que já entrou com um processo na Justiça do Trabalho para reivindicar o enquadramento das duas fábricas como metalúrgicas.

PRODUÇÃO SERÁ RETOMADA

Na Toyota, a fabricação de veículos, interrompida desde quinta-feira pela greve dos fornecedores, deve se normalizar a partir desta terça nas unidades de Indaiatuba e Sorocaba. Ao menos 600 carros por dia deixaram de ser finalizados por falta de peças.

A Ford informou que a produção em São Bernardo do Campo deve permanecer parada nesta terça e não tem a confirmação de quando a operação será normalizada. Cerca de 2.000 funcionários da empresa foram atingidos pela greve das fornecedoras.

A paralisação também havia afetado, na quinta e na sexta, a linha de produção da Honda, que deve retomar a montagem final de veículos a partir de terça.

A Hyundai, de Piraricaba (SP), informou que não houve paralisação nas linhas de montagem, apesar de o sindicato local ter reportado problemas por causa da falta de peças.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, que representa os funcionários da Volkswagen dessa região, a montadora dispensou os três turnos por falta de peças nesta segunda-feira (30).

No total, são 4.300 trabalhadores dispensados, segundo a entidade. A Volks não comenta.

REAJUSTE NO BOLSO

O grupo de trabalhadores que se opôs à representação do Sindicato dos Têxteis de Taubaté e havia reprovou o acordo salarial negociado - reajuste de 10,33% - aceitou nesta segunda o novo acordo proposta pela empresa.

Segundo o departamento de Recursos Humanos do grupo, que negociou com a comissão de trabalhadores, eles receberão reajuste total de 11% - sendo 10,33% sobre o salário de novembro e a diferença em janeiro.

A cesta básica será de R$ 200 e não R$ 180, e metade dos dias parados serão compensados. Os trabalhadores também receberão em dezembro tíquete no valor de R$ 560 e abono em janeiro.

Ainda, segundo o RH, os demitidos durante a greve serão reintegrados.


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