Folha de S. Paulo


Greve em fornecedor interrompe produção de cinco montadoras

Nacho Doce - 13.ago.2013/Reuters
Trabalhadores na produção de automóveis da montadora Ford, em São Bernardo do Campo (SP)
Trabalhadores na produção de automóveis da montadora Ford, em São Bernardo do Campo (SP)

Ao menos cinco montadoras estão afetadas por uma greve nas empresas Intertrim e Trimtec, fornecedoras de revestimentos têxteis para tetos e portas de veículos.

A paralisação completou 15 dias nesta sexta-feira (27) e atinge a produção de carros da Toyota, da Ford, da GM (General Motors), da Honda e da Hyundai.

São cerca de 700 empregados parados nas duas fábricas do grupo espanhol Antolin, que informa representar 60% do mercado brasileiro de revestimento para tetos de carros. A greve é por motivos salariais e por disputa entre dois sindicatos, segundo relatam trabalhadores, empresa e clientes afetados.

Duas montadoras confirmam oficialmente os prejuízos. Segundo a Toyota, 600 veículos deixaram de ser fabricados por dia em Indaiatuba e Sorocaba desde quinta-feira. São cerca de 2.700 trabalhadores de um total de 3.700 nas duas fábricas que estão impedidos de produzir.

Além da jornada normal, eles fariam duas horas extras desde quinta para atender pedidos. Apesar da crise, as vendas da empresa –principalmente do Corolla, fabricado em Indaiatuba– continuam em situação melhor do que a do mercado automobilístico.

PREJUÍZOS

As vendas de veículos no país caíram 24% de janeiro a outubro deste ano ante igual período de 2014.

A Ford também confirma que a greve no fornecedor afetou 2.000 empregados envolvidos na produção do Fiesta, em São Bernardo do Campo, desde quinta. A linha deve permanecer parada na próxima segunda (30).

GM, Honda e Hyundai não comentaram os prejuízos. Mas sindicatos que representam os trabalhadores dessas montadoras dizem que as linhas estão parcialmente interrompidas. Executivos de algumas dessas empresas visitaram a Intertrim e a Trimtec, no interior paulista, para pressionar a retomada da produção, apurou a Folha.

Segundo o sindicato dos têxteis de Taubaté, há uma disputa em curso de um grupo de trabalhadores da oposição. O sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos diz ter sido procurado pelos trabalhadores e pede na Justiça para representá-los. A greve deve ser julgada dia 9.


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