Folha de S. Paulo


Balanço parcial da Black Friday indica queda no número de reclamações

O site Reclame Aqui contabilizou, até às 18h desta sexta-feira (27), um total de 3,5 mil queixas durante o monitoramento especial para a Black Friday deste ano. O número representa a metade das reclamações registradas no mesmo intervalo em 2014, quando o balanço parcial da data no site já havia registrado mais de 7 mil protestos até às 18h30.

O Procon-SP registrou 973 reclamações de consumidores até às 18h desta sexta.

No ano passado, foram registrados 1.356 protestos durante todo o monitoramento do Procon-SP. No Reclame Aqui, foram 12 mil queixas durante a Black Friday.

O presidente-executivo do Reclame Aqui, Maurício Vargas, acredita que os números devem cair em relação ao ano passado e atribuiu a diferença à atual crise. "A Black Friday deste ano foi decepcionante", afirma.

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Segundo Vargas, o endividamento da população impediu que os números nas vendas fossem maiores. "Ninguém tem dinheiro. Está todo mundo querendo saldar as contas", diz.

As campeãs de reclamações da Black Friday de 2015 são, até o momento, KaBuM!, Americanas.com, Submarino e Netshoes, de acordo com o levantamento do Reclame Aqui.

A principal queixa dos clientes foi a "maquiagem de preços", quando o valor da mercadoria é majorado dias antes do evento para aumentar a porcentagem do suposto desconto ou manter seu valor inicial sem que o cliente perceba.

Também foram alvo de reclamações dos consumidores a indisponibilidade dos produtos e problemas na finalização da compra.

A diretora-executiva do Procon-SP, Ivete Ribeiro, apontou que, neste ano, o número de comerciantes e grandes redes que participaram do dia de promoções foi muito maior que o do ano passado.

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Ribeiro avalia que há avanços em relação a 2014. "Achamos que haverá melhora porque foi feito um trabalho preventivo. Monitoramos sites e lojas físicas desde setembro e fizemos reuniões com os maiores fornecedores do país, além de um manual de procedimentos", afirma.

A diretora-executiva do Procon-SP alertou os consumidores para prestarem atenção em valores adicionais, que podem passar despercebidos: "o frete, por exemplo, não pode ser excessivo, como forma de recompor o preço. Vimos casos em que o produto custava R$100, e o frete, R$ 120".

O presidente-executivo do Reclame Aqui apontou que as principais críticas dos clientes não mudaram em relação ao ano passado: propaganda enganosa e dificuldade de concretizar a compra.

O Reclame Aqui enviou uma pesquisa à base de cadastrados para apurar o baixo número de reclamações, segundo Vargas. "Durante a madrugada, foi difícil achar quem comprou", diz. "Não foi o sucesso que se antecipava. Naufragou mesmo".

O site informou que, ao contrário de 2014, poucos sites saíram do ar pela sobrecarga na demanda durante o festival de descontos deste ano.

Ribeiro, porém, acredita que o número ainda pode crescer até a meia-noite. "Os comerciantes venderam pouco neste ano e muita gente está fazendo as compras de Natal hoje", afirma.

O Procon-SP destacou 50 pessoas para o atendimento online das queixas dos clientes e quatro equipes de fiscalização nas ruas.

Os órgãos de defesa do consumidor divulgarão os números finais da Black Friday a partir deste sábado.


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