Folha de S. Paulo


Venezuela faz MercadoLivre.com limitar vendas para controlar preços

Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Venezuela's President Nicolas Maduro speaks during a news conference at Miraflores Palace in Caracas August 24, 2015. Venezuela has stepped up deportations of Colombians, in some cases separating children from their parents, since President Nicolas Maduro ordered the closure of two border crossings last week, Colombia's migration office said on Monday. Expulsions, deportations and repatriations of Colombians from Venezuela have more than doubled this year to 3,800, officials from Migration Colombia told Reuters. REUTERS/Carlos Garcia Rawlins ORG XMIT: VEN07
O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, durante discurso em Caracas, em agosto

O slogan "encontre o que você está procurando", que se lê no conhecido site latino-americano de comércio eletrônico Mercadolivre.com, não será mais tão verdadeiro na Venezuela.

O governo do país, que mantém um duro sistema de controle de câmbio e preços, decidiu estender sua regulação ao portal líder de comércio eletrônico da região, com a intenção de evitar que se comercializem bens escassos entre pessoas a preços maiores.

As autoridades venezuelanas ordenaram que o portal limite suas vendas de determinados produtos no país, informou o vice-presidente, Jorge Arreaza, em comunicado.

No Mercadolivre.com da Venezuela, os venezuelanos ainda têm a opção de oferecer ou conseguir, sem restrições, desde remédios a até baterias para automóveis, produtos escassos na nação petrolífera desde que suas importações encolheram com a redução da receita gerada com a venda de petróleo. A commodity é fonte de pelo menos 90% das divisas que ingressam no país.

Mas o governo venezuelano ordenou aos proprietários do site que impeçam a compra e venda de pneus, baterias, medicamentos e alguns bens que têm seus preços regulados por órgãos oficiais, informou Arreaza.

"Se não regularmos, como temos que fazer para proteger o povo e evitarmos mercadores falsos, especulação (...) não haverá possibilidade de esse tipo de instrumento existir na Venezuela", disse Arreaza, ao fazer o anúncio sobre a companhia de comércio eletrônico sediada na Argentina.

O vice-presidente ainda informou que os porta-vozes da companhia "manifestaram disposição e compromisso para cumprir com as normas", e por isso, já estabelecem filtros para as transações que lá se realizam.

Representantes do Mercadolivre.com não puderam comentar o assunto de imediato.


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