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Carrefour adia e-commerce e projeto de abrir capital na Bolsa

Ana Paula Paiva/Valor/Folhapress
Charles Desmartis, presidente do grupo Carrefour no Brasil
Charles Desmartis, presidente do grupo Carrefour no Brasil

O Carrefour adiou para o terceiro trimestre de 2016 o relançamento de seu e-commerce, só deve retomar o projeto para abertura de capital em 2017, mas decidiu manter o ritmo de abertura de lojas no país apesar da crise econômica que atinge o varejo.

Segundo maior varejista do país, o grupo francês vai encerrar o ano com 40 novas lojas —entre hipermercado, lojas de conveniência, atacado, postos de combustíveis e drogarias– e promete manter esse ritmo em 2016.

As vendas no terceiro trimestre deste ano cresceram 12,2% em relação ao mesmo período, sem descontar a inflação (que, nos 12 meses encerrados em setembro, ficou perto dos 10%).

Se consideradas as mesmas lojas, o crescimento é de 7,4%, abaixo da inflação.

Sem relacionar os planos de adiar a plataforma de vendas on-line diretamente à crise, o presidente do grupo no Brasil, Charles Desmartis, diz que não houve "nada de errado".

"Queremos lançar o e-commerce com sucesso, sem pressa. É preciso acertar a área de sistemas, organização, logística e alinhar a oferta nas lojas à entrega", diz.

O grupo operou as vendas on-line entre 2010 e 2012, mas interrompeu esse negócio. A expectativa era retomar o negócio neste ano.

Em um primeiro momento, o site deve vender somente produtos eletrônicos, eletrodomésticos e outros itens duráveis (não alimentares). Como a venda desses produtos registra quedas de 20% a 30%, dependendo da categoria, o grupo "não tem pressa" de colocar a plataforma no ar.

ABERTURA DE CAPITAL

Segundo Desmartis, o grupo mantém os planos de abertura de capital da companhia na Bolsa, mas não deve haver "uma janela em 2016".

"O mercado está ruim. Temos um objetivo, mas na hora certa. Com as incertezas na área econômica e política, nossa visão é que não vai ser um projeto para 2016, mas ainda é um projeto nosso."

Apesar da crise, a companhia diz que ampliou o quadro pessoal com 3.000 contratações e mantém os investimentos no Brasil.

Discreto, ao ser questionado sobre a parceria com Abílio Diniz, o executivo explicou que o grupo trabalha "em sintonia" com a equipe do brasileiro.

No final de 2014, Diniz comprou 10% da filial brasileira do Carrefour. Em abril, elevou de 2,4% para 5,07% sua participação no Carrefour francês.

O empresário montou um grupo de trabalho para discutir as operações da rede e propor novos projetos.

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  • CARREFOUR NO BRASIL

Funcionários: 75 mil

Lojas: 505

Faturamento: R$ 37,93 bilhões (2014)

Concorrentes: GPA (Grupo Pão de Açúcar) e Walmart


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