Folha de S. Paulo


Todos do BTG ficaram perplexos, diz Pérsio Arida sobre prisão de Esteves

Com a missão de tranquilizar investidores, o presidente interino do BTG Pactual, Pérsio Arida, afirmou que todos do banco ficaram "perplexos" com a prisão do presidente da instituição, André Esteves.

"Temos confiança de que se trata de um equívoco", disse em evento em São Paulo para cerca de 400 investidores na manhã desta quinta-feira (26).

Acusado de obstruir investigações da Operação Lava Jato, o banqueiro André Esteves foi preso na manhã de quarta-feira (25) e segue em prisão temporária na sede da Polícia Federal no Rio.

Segundo Arida, que foi alçado às pressas ao comando do banco, todas as atividades do BTG seguem "como previstas". Ele disse ainda ter esperança de que seu período como interino chegará ao fim "o mais breve possível".

"O banco está aberto. Funcionando normalmente. Tenho certeza que o 'partnership' [parceria, em inglês] tocando o banco, vamos passar esse momento", afirmou.

Sócio-fundador do BTG, Arida é PhD em Economia pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), foi presidente do Banco Central e do BNDES.

No evento em São Paulo, repetiu boa parte das declarações dadas na noite de quarta no Rio, onde participou de evento semelhante para investidores do banco.

A Folha teve acesso a gravações da fala de Arida nas duas palestras.

Em ambos os eventos, Arida foi breve em suas colocações sobre a prisão de Esteves e afirmou que o banco é maior do que seu CEO [presidente-executivo].

"O André sempre foi a figura pública, emblemática, do banco. Mas o banco, como sabem, é tocado por 'partnership'. São 30 anos dessa cultura. O banco é sólido, líquido, e sua verdadeira força está no 'partnership'", disse.

Segundo ele, o segredo do sucesso do BTG é que todos os sócios tocam o banco "com o olhar do dono".

"É 'business as usual' para a gente. O banco está aberto para negócios, para clientes", disse.

Arida disse, ainda, que acredita que a Lava Jato veio "para o bem do país".

"Estamos confiantes de que o tempo será o senhor da razão. Apesar dos percalços que possa nos causar no momento, certamente vem para o bem do país."

TOMBO

Após a prisão de Esteves, as ações do banco desabaram. Os papéis, reunidos em um recibo de ações (units), chegaram a cair 38,9% na manhã de quarta. Ao fim do dia, tiveram baixa de 21,01%, cotados a R$ 24,40 cada unit.

Nesta quinta, registraram nova queda, de 2,9%.

Diante da sangria, o banco anunciou um programa de recompra de 10% das ações do banco. Mas pediu aos reguladores autorização para que possa comprar mais papéis.

Por dentro do BGT


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