Ao apresentar nesta quarta-feira (25) propostas do Ministério da Fazenda para destravar investimentos em infraestrutura, o ministro Joaquim Levy (Fazenda) afirmou que o país precisa de clareza nos objetivos políticos para solucionar as dificuldades econômicas que enfrenta.
"Eu acho que a questão econômica ela apenas mostra a importância de se ter clareza dos nossos objetivos políticos, conscientes das dificuldades. Mas se a gente não enfrentar as coisas realmente, as condições não vão melhorar só porque você espera elas melhorarem."
Questionado sobre as dificuldades impostas à tramitação do ajuste fiscal do governo no Congresso pela prisão do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), nesta manhã, Levy afirmou que a avaliação deveria ser feita pelos "operadores políticos" do governo.
A prisão do político foi autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) depois que o Ministério Público Federal apresentou evidências de que ele tentava conturbar as investigações da operação Lava Jato.
INFRAESTRUTURA
Levy também defendeu mais uma vez a urgência de o país enfrentar gargalos estruturais para abrir caminho para o crescimento.
"A gente não vai ter crescimento no Brasil só com band aid, a gente tem que realmente enfrentar as coisas estruturais. Isso dá trabalho, isso envolve um parceria com a sociedade", afirmou a jornalistas após participar de seminário sobre regulação da infraestrutura.
Durante o evento, o ministro afirmou que, além de preparar um projeto de lei propondo alterações nas regras das concessões, sua equipe também trabalha na construção de instrumentos financeiros que estimulem o investimento em infraestrutura.
O objetivo principal é reduzir os riscos das aplicações, para ampliar o perfil dos financiadores privados dos empreendimentos.
"Historicamente, temos muitos operadores privados, mas o financiamento continua sendo majoritariamente do setor público, principalmente BNDES", afirmou Levy. "Essa participação [privada] deverá aumentar porque o BNDES não pode aumentar sua carteira indefinidamente.
Segundo o ministro, o investimento em infraestrutura deverá ter papel relevante na retomada do crescimento a partir do ano que vem.
