Folha de S. Paulo


Governo vai monitorar saúde financeira do BTG Pactual

Diante da prisão do banqueiro André Esteves, o governo Dilma decidiu monitorar a saúde financeira do seu banco, o BTG Pactual, para evitar maiores turbulências no mercado financeiro e a geração de um risco sistêmico que poderia abalar outras instituições financeiras.

Neste momento, a avaliação da área econômica é que não há este risco, mas ele não pode ser descartado, daí a decisão de acompanhar de perto o BTG. Nesta quarta-feira (25), dia da prisão temporária de Esteves, as ações do seu banco estavam caindo quase 20%.

Um risco sistêmico no mercado financeiro ocorre quando a quebra de um banco abala outros bancos, podendo gerar uma quebradeira de instituições.

Além da saúde financeira do BTG, a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS) e do banqueiro André Esteves, na nova fase da Operação Lava Jato, preocupa a equipe econômica porque pode dificultar ainda mais a aprovação de medidas do ajuste fiscal no Congresso.

Nesta quarta, o Congresso planejava votar a mudança da meta fiscal de 2015, medida considerada fundamental pelo governo para evitar futuros questionamentos jurídicos contra a presidente Dilma. A alteração na meta vai autorizar o governo a fechar este ano com um deficit primário de até R$ 119,9 bilhões.

Por enquanto, ainda não há uma decisão se a votação vai ser realizada ainda nesta quarta. O Senado terá de decidir, até amanhã, se mantém o senador petista preso ou não, tema que pode levar a um cancelamento de outras sessões do Legislativo que envolvam os senadores.

O Palácio do Planalto teme ainda que as turbulências geradas pela prisão do banqueiro possam também interferir na decisão de hoje do Copom (Comitê de Política Monetária), reunido para decidir sobre a taxa de juros, que deve ser mantida em 14,25% ao ano. A dúvida deve-se aos próximos passos do BC, que pode indicar uma tendência de alta nos juros no ano que vem.


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