Folha de S. Paulo


Governo mudará regras de licitação para atrair estrangeiros em leilões

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O governo irá adaptar as atuais regras de licitação para tornar os leilões de infraestrutura mais atrativos aos grupos estrangeiros, afirmou o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, nesta terça-feira (24).

Segundo ele, estão sendo revistas exigências feitas aos investidores, como a necessidade do grupo já estar instalado no Brasil antes do edital ser publicado. O governo pretende também ampliar o prazo entre o anúncio da concessão e o leilão, permitindo que as companhias estrangeiras tenham mais tempo para analisar os projetos.

INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE
Plano de investimento interrompe marasmo

"Estamos fazendo um esforço para atrair estrangeiros", afirmou durante fala no seminário Fórum Infraestrutura de Transporte, promovido em São Paulo pela Folha.

O governo aposta na concessão de trechos de rodovias, ferrovias e de aeroportos para reanimar a economia a partir do ano que vem. Mas teme a falta de interessados diante das dificuldades enfrentadas por empresas brasileiras.

As grandes empreiteiras do país, que vinham liderando os investimentos em infraestrutura nos últimos anos, enfrentam acusações de corrupção e cartel e têm reduzido o apetite por novos negócios.

O ministro afirmou que o governo irá priorizar a concessão de rodovias, ferrovias e aeroportos já existentes.

Anna Rangel/Folhapress
Ministro Nelson Barbosa na abertura do Fórum Infraestrutura de Transporte
Ministro Nelson Barbosa na abertura do Fórum Infraestrutura de Transporte

"Esse tipo de investimento tem um risco menor, permite receita imediata e atende a demanda reprimida", afirmou.

Segundo ele, a retomada do crescimento está relacionada com o desempenho do investimento e, nessa área, o governo tem "papel fundamental".

"Não só para aumentar a previsibilidade e o risco macroeconômico, mas para coordenar [o processo]", disse.

CRESCIMENTO

Barbosa afirmou que os modelos do ministério da Fazenda projetam retomada do crescimento no segundo semestre do ano que vem, mas esta não é uma "realidade inevitável". Segundo ele, o governo está trabalhando para que a retomada ocorra antes disso.

Segundo estimativa da equipe econômica, o PIB terá contração de 1,9% em 2016.


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