Folha de S. Paulo


Petrobras informa perda de R$ 676 mi com empresa de sondas de perfuração

Alexandre Gentil/Divulgação
ANGRA DOS REIS, RJ, BRASIL, 22-01-2014: Casco de sonda de perfuração da Sete Brasil, no estaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis (RJ)
Casco de sonda de perfuração da Sete Brasil, no estaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis (RJ)

As incertezas com relação à Sete Brasil levaram a Petrobras a reconhecer perdas de R$ 676 milhões com o investimento feito na operadora de sondas de perfuração de poços petrolíferos.

A informação está no balanço do terceiro trimestre da estatal, que apresentou prejuízo de R$ 3,8 bilhões e ampliou as preocupações de analistas com relação à capacidade da empresa de levantar recursos para cumprir seus compromissos.

Procurada, a Petrobras não respondeu ao pedido de esclarecimentos sobre as perdas na Sete Brasil, criada em 2010 em parceria com instituições financeiras para fornecer 28 sondas para o pré-sal.

A Folha apurou que a empresa decidiu fazer a baixa no ativo ao reconhecer que o valor de mercado da Sete Brasil é hoje inferior ao investimento realizado na companhia.

BALANÇO

Petrobras e Sete vêm negociando redução no número de sondas para adequar os contratos à nova projeção de investimentos da estatal.

"A dinâmica da Sete mudou muito no último ano. A grande questão é: quantas sondas a empresa vai reconhecer em seu balanço?", comentou o analista Marcos Severine, do JPMorgan.

A Petrobras diz no balanço que as perdas referem-se às suas participações na Sete de forma direta e por meio do Fundo de Investimentos em Participações (FIP) Sondas, que somam 9,36% do capital da companhia.

SOCIEDADE

A estatal reduziu o valor patrimonial de sua participação na Sete Brasil de R$ 746 milhões no final de 2014 para R$ 335 milhões no dia 30 de setembro –somando as fatias direta e indireta.

A crise da empresa de sondas, na qual sócios e os credores já colocaram mais de R$ 20 bilhões, agravou-se com seu envolvimento na Lava Jato e preocupa os investidores.

Além da Petrobras, a Sete tem como sócios os bancos BTG e os fundos de pensão Petros, Previ, Valia e Funcef. Desde o início do ano, acionistas vêm anunciando provisões para perdas com a empresa.


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