Folha de S. Paulo


Dólar segue exterior, fecha em alta e vai a R$ 3,73; Bolsa fica no zero a zero

Depois de acumular queda de mais de 2% na semana passada, o dólar voltou a subir sobre o real nesta segunda-feira (23). A moeda americana também se valorizou frente a outras divisas emergentes na sessão, na esteira de preocupações com o desempenho da economia global, que derrubaram os preços das commodities no exterior.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou o dia em alta de 0,56%, para R$ 3,726 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, avançou 0,91%, para R$ 3,735. Entre as 24 principais divisas emergentes do mundo, o dólar ganhou força sobre 23 —a exceção foi o peso mexicano.

Na semana passada, ambas as cotações do dólar haviam retornado ao patamar anterior ao corte do grau de investimento —selo de bom pagador— do Brasil pela Standard & Poor's. A medida estimulou forte valorização da moeda, que chegou a bater máxima de R$ 4,249 em 24 de setembro.

DÓLAR
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NOTAS DE DÓLAR

A aproximação da última reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), em 15 e 16 de dezembro, segue no radar dos investidores. As avaliações são de que o Fed decidirá, neste encontro, a começar a subir gradativamente os juros naquele país. A taxa está perto de zero desde 2008.

A expectativa é que a alta dos juros provoque uma fuga de recursos hoje aplicados em países emergentes para os Estados Unidos, encarecendo o dólar. Isso porque a mudança deixaria os títulos do Tesouro americano, cuja remuneração reflete a taxa, mais atraentes que aplicações em emergentes, considerados de maior risco.

Internamente, o Banco Central do Brasil deu continuidade nesta segunda-feira aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 590,2 milhões.

No mercado de juros futuros, as taxas dos contratos fecharam com sinais opostos na BM&FBovespa. O contrato de janeiro de 2016 subiu de 14,167% para 14,170%. Já o DI para janeiro de 2021 apontou taxa de 15,210%, ante 15,270% na sessão anterior.

BOLSA

No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira fechou no zero a zero, pressionado pela baixa dos mercados acionários europeus e americanos, após ter oscilado em alta durante boa parte do pregão. O Ibovespa teve ligeiro avanço de 0,02%, para 48.150 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,9 bilhões.

O ganho do Ibovespa foi influenciado pela valorização de 3,06% das ações preferenciais da Petrobras (mais negociadas e sem direito a voto), para R$ 8,08 cada uma. As ordinárias, com direito a voto, ganharam 3,58%, a R$ 9,85.

O ministro Joaquim Levy (Fazenda) afirmou na sexta-feira (20) que não via necessidade imediata de um aporte de capital na companhia, mas não descartou essa possibilidade no futuro. A Petrobras também informou que a extração de petróleo e gás no Brasil está se normalizando após a maioria das entidades sindicais ter aprovado o encerramento da greve dos petroleiros.

Em sentido oposto, as ações preferenciais da Vale recuaram 2,55%, para R$ 11,83 cada uma. As ordinárias tiveram perda de 2,66%, a R$ 14,25. Ambas refletiram a queda nos preços do minério de ferro no mercado à vista chinês —a China é o principal destino das exportações da mineradora brasileira.

Fora do Ibovespa, as ações preferenciais da Alpargatas perderam 8,58%, para R$ 8,95 cada uma, enquanto as ordinárias tiveram leve ganho de 0,10%, a R$ 10,06. A empresa, que produz os chinelos Havaianas, foi vendida pela sua controladora Camargo Corrêa por R$ 2,67 bilhões à J&F Investimentos. A J&F Investimentos é controladora da maior processadora de carnes do mundo, a JBS, que viu suas ações subirem 1,06%, para R$ 14,24.


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