Folha de S. Paulo


Dólar volta a subir sobre o real após recuar mais de 2% na semana passada

Depois de acumular queda de mais de 2% na semana passada, o dólar voltou a subir sobre o real nesta segunda-feira (23). A moeda americana também se valoriza frente a outras divisas emergentes na sessão, na esteira de preocupações com o desempenho da economia global, que derrubam os preços das commodities no exterior.

Às 12h (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 0,52%, para R$ 3,725 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, avançava 0,64%, também para R$ 3,725. Entre as 24 principais divisas emergentes do mundo, o dólar ganhava força sobre 23 —a exceção era o peso argentino, que se fortalecia após as eleições presidenciais de domingo.

Na semana passada, ambas as cotações do dólar haviam retornado ao patamar anterior ao corte do grau de investimento —selo de bom pagador— do Brasil pela Standard & Poor's. A medida estimulou forte valorização da moeda, que chegou a bater máxima de R$ 4,249 em 24 de setembro.

DÓLAR
Saiba mais sobre a moeda americana
NOTAS DE DÓLAR

A aproximação da última reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), em 15 e 16 de dezembro, segue no radar dos investidores. As avaliações são de que o Fed decidirá, neste encontro, a começar a subir gradativamente os juros naquele país. A taxa está perto de zero desde 2008.

A expectativa é que a alta dos juros provoque uma fuga de recursos hoje aplicados em países emergentes para os Estados Unidos, encarecendo o dólar. Isso porque a mudança deixaria os títulos do Tesouro americano, cuja remuneração reflete a taxa, mais atraentes que aplicações em emergentes, considerados de maior risco.

Internamente, o Banco Central do Brasil deu continuidade nesta segunda-feira aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 590,2 milhões.

No mercado de juros futuros, as taxas dos contratos operavam com sinais opostos na BM&FBovespa. O contrato de janeiro de 2016 subia de 14,167% para 14,225% às 12h. Já o DI para janeiro de 2021 apontava taxa de 15,280%, ante 15,270% na sessão anterior.

BOLSA

No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira destoava do mau humor visto nos mercados europeus e subia, antes da abertura das negociações em Nova York. O Ibovespa tinha alta de 0,50% às 12h, para 48.380 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1 bilhão.

O ganho do Ibovespa era influenciado pela valorização de 2,16% das ações preferenciais da Petrobras (mais negociadas e sem direito a voto), para R$ 8,01 cada uma. As ordinárias, com direito a voto, ganhavam 2,73%, a R$ 9,77.

O ministro Joaquim Levy (Fazenda) afirmou na sexta-feira (20) que não via necessidade imediata de um aporte de capital na companhia, mas não descartou essa possibilidade no futuro. A Petrobras também informou que a extração de petróleo e gás no Brasil está se normalizando após a maioria das entidades sindicais ter aprovado o encerramento da greve dos petroleiros.

Em sentido oposto, as ações preferenciais da Vale recuavam 2,63%, para R$ 11,83 cada uma. As ordinárias tinham perda de 3,07%, a R$ 14,19. Ambas refletiam a queda nos preços do minério de ferro no mercado à vista chinês —a China é o principal destino das exportações da mineradora brasileira.

Fora do Ibovespa, as ações preferenciais da Alpargatas perdiam 1%, para R$ 8,79 cada uma, enquanto as ordinárias tinham ganho de 3,08%, a R$ 10,36. A empresa, que produz os chinelos Havaianas, foi vendida pela sua controladora Camargo Corrêa por R$ 2,67 bilhões à J&F Investimentos. A J&F Investimentos é controladora da maior processadora de carnes do mundo, a JBS, que via suas ações subirem 1,06% às 12h, para R$ 14,24.


Endereço da página:

Links no texto: