Folha de S. Paulo


Empresários investem em animes na Galeria do Rock, no centro de SP

Danilo Verpa/Folhapress
Carolina Giusti Teixeira, proprietária da Fatum, na galeria do Rock
Carolina Giusti Teixeira, proprietária da Fatum, na galeria do Rock

O empresário André Augusto Moraes Silva, 31, escolheu o bairro da Liberdade, reduto dos japoneses em São Paulo, para montar a primeira loja da KO! Anime, especializada em produtos ligados aos desenhos japoneses, como camisetas, adesivos e bonecos de personagens.

Com o crescimento do mercado, decidiu ir atrás de um destino onde a concorrência especializada fosse menor. Passou cinco anos esperando a liberação de dois pontos de venda na Galeria do Rock, no centro de São Paulo.

"A galeria é uma referência para lojistas do país todo", afirma Silva, que inaugurou uma loja de varejo e uma de venda em atacado há cerca de um ano e meio.

Segundo o empresário, os produtos de animes já correspondem a 60% de suas vendas. O restante sai de objetos relacionados a filmes, seriados e bandas de rock.

"É difícil conseguir espaço na galeria, e o valor do aluguel é alto. Para ter retorno, você tem que confiar no que vende e na sua visão de mercado", diz Silva, que afirma pagar entre R$ 2.000 e R$ 10 mil pelo aluguel das lojas, dependendo do andar.

Os animes impulsionaram outros negócios da galeria.

Danilo Verpa/Folhapress
Claudete Buccini Candá (esq.) e Claudenice Buccini, na loja All in Rock, na Galeria do Rock
Claudete Buccini Candá (esq.) e Claudenice Buccini, na loja All in Rock, na Galeria do Rock

Na loja Fatum, que vende de camisetas a bonecos, as vendas de itens ligados aos desenhos já representam 30% do faturamento.

"Meu público é formado por pessoas que gostam ao mesmo tempo de rock e animes", afirma Carolina Giusti Teixeira, 30, dona da loja.

Segundo ela, seus clientes são exigentes, mas estão dispostos a gastar. "Eles entendem muito sobre os produtos, não são superficiais. Se gostam de alguma coisa e têm o dinheiro, compram sem pechinchar", diz a empresária.

Para não afastar os consumidores que não acompanham os desenhos japoneses, Teixeira tem uma segunda loja na galeria, com o mesmo nome, mas produtos voltados para um público mais "clássico e maduro". Ela diz pagar R$ 4.000 de aluguel.

A loja é gerenciada por sua mãe, Mara Teixeira, 59. "Ela trabalha com rock e algumas séries. Se eu colocar camisetas de animes lá, não vou vender nenhuma. O público entendeu a separação", afirma.

Outra empresária que investiu no potencial do público "geek" que frequenta o centro de compras foi Claudete Buccini Canadá, 50.

Há três meses, ela e a irmã decidiram abrir a loja de camisetas All in Rock, que vende no atacado e no varejo peças com a temática de quadrinhos, filmes, séries e rock.

"Já vendíamos para lojistas da Galeria do Rock e sabíamos o potencial para abrir um negócio próprio", afirma.


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