Folha de S. Paulo


Alckmin anuncia pacote de R$ 13,4 bi para concessões no setor de transporte

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), lançou nesta quinta-feira (19) um novo pacote para concessões de rodovias, aeroportos, metrô e para o sistema de ônibus intermunicipais no valor total de R$ 13,4 bilhões.

O governo espera gerar aproximadamente 280 mil empregos e incrementar o PIB do Estado em aproximadamente R$ 10,4 bilhões com o plano de concessões.

Os maiores investimentos devem acontecer em rodovias: R$ 10,5 bilhões. O Estado vai oferecer 2,2 mil quilômetros de vias, em quatro lotes que atravessam o Estado, boa parte formando corredores de ligação entre Minas Gerais e o Paraná. O objetivo é dar aos motoristas alternativas às rodovias federais, como a Regis Bittencourt. O prazo da concessão será de 30 anos.

Pacote de concessões em SP - Rodovias

MOBILIDADE
Investimento renova cidades e traz melhoria

O governo paulista também oferecerá ao setor privado a operação de cinco aeroportos para aviação executiva hoje feita pelo Estado. Os terminais, que serão licitados em um único lote, estão localizados em Bragança Paulista, Campinas, Jundiaí, Ubatuba e Itanhaém. Com prazo de 30 anos, a concessão deve atrair R$ 91,8 milhões em investimentos, sendo R$ 34,5 milhões nos primeiros quatro anos.

O governo separou o sistema de transportes intermunicipais rodoviário do Estado, que atinge 425 milhões de quilômetros, em cinco áreas a serem licitadas: Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Bauru e Santos. Segundo Alckmin, o objetivo é modernizar a frota, com serviço de wi-fi e ar-condicionado. O investimento previsto é de pelo menos R$ 2,6 bilhões. Cerca de 152,8 milhões de passageiros são atendidos por essas linhas ao ano.

METRÔ

A gestão tucana também incluiu no pacote a concessão da operação da linha 5-lilás do metrô, que atualmente opera entre as estações Capão Redondo e Adolfo Pinheiro, na região de Santo Amaro, zona sul da capital paulista. Ao todo, são 9,3 km de extensão e atende diariamente a cerca de 250 mil pessoas.

Em processo de expansão desde 2009, a linha deve ganhar até 2018 mais 11,5 km, com dez novas estações, terminando na estação Chácara Klabin, em interligação com a linha 2-verde. As novas estações da linha 5, prometidas na campanha de 2010 para serem entregues em 2014, deverão sair do papel só a partir de 2017 –com a entrega de nove estações, três no primeiro semestre e seis no segundo. O investimento da ampliação, segundo a gestão tucana, será de R$ 9,5 bilhões e vai ampliar para 780 mil o número de passageiros diários.

A expansão da obra foi suspensa pela Justiça por cerca de 15 meses após a constatação de indícios de corrupção na escolha da construtora. Os problemas com licitações envolvendo a linha começaram em outubro de 2010, com a concorrência principal, de R$ 4 bilhões, para a construção do trecho. Após a Folha revelar quem seriam os vencedores dos 14 lotes da disputa, a licitação se tornou alvo de ação do Ministério Público Estadual e resultou, no final de 2011, na suspensão das obras e no afastamento do presidente do Metrô, Sérgio Avelleda.

O decreto assinado nesta quinta pelo governador autoriza ainda o aprofundamento dos estudos para exploração da linha 5-lilás e do monotrilho da linha 17-ouro (zona sul) em conjunto. A privatização é a mais nova aposta do governo para tentar salvar do fracasso de sua opção pelo monotrilho.

A linha 17-ouro vai interligar a estação Jabaquara, da linha 1-azul, à estação São Paulo-Morumbi, da linha 4-amarela, tendo uma parada no aeroporto de Congonhas (zona sul), e interligando com a Linha 5-lilás e linha 9-esmeralda da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

"Há duas hipóteses para a concessão: a licitação poderá ser da linha 5 sozinha ou junto com a linha 17", disse Alckmin. Atualmente, só uma das cinco linhas do metrô de São Paulo tem operação privada: a linha 4-amarela, que liga a Luz, no centro, ao Butantã, na zona oeste. As demais linhas são administradas pelo Estado.

A futura linha 6-laranja do metrô, entre a Brasilândia, zona norte, e a estação São Joaquim, centro, também está sendo feita em regime de PPP (Parceria Público-Privada).


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