Folha de S. Paulo


Desemprego vai a 7,9% em outubro nas regiões metropolitanas, diz IBGE

A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país foi de 7,9% em outubro, divulgou nesta quinta-feira (19) o IBGE.

O desemprego teve avanço em relação à taxa de setembro, que foi de 7,6%. A pesquisa leva em consideração as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre.

Taxa de desocupação - Setembro de 2014 a outubro de 2015, em %

Em setembro, o indicador havia ficado estável, interrompendo oitos meses de alta. No seguinte, voltou a subir, 0,3 ponto percentual.

O indicador ficou acima do verificado em igual período do ano passado, quando a taxa foi de 4,7%.

De acordo com a técnica da Coordenação de Emprego e Renda do IBGE, Adriana Beringuy, outubro geralmente registra desaceleração do desemprego, fato que não ocorre neste ano.

"Ainda que a variação [0,3 ponto percentual] não tenha sido estatisticamente significativa, ela difere do comportamento usual para o mês de outubro", disse.

Taxa de desocupação nos meses de outubro - Em %

A população ocupada —que de fato está trabalhando— teve queda de 1% ante setembro e ficou em 22,4 milhões. No período de um mês, 230 mil pessoas perderam seus empregos.

A última vez em que a população ocupada esteve nesses níveis foi em julho de 2011, quando o contingente era de 22,5 milhões de pessoas empregadas.

No intervalo de um ano, a perda de postos de trabalho chega a 825 mil, com queda de 3,5% na população ocupada entre outubro deste ano e igual período do ano passado.

O contingente de desocupados, formado por pessoas desempregadas e em busca de oportunidade, ficou em 1,9 milhão, alta de 3,2% em relação a setembro. No período de um ano, a população desocupada cresceu 67,5%, com 771 mil novas pessoas na fila.

O país continua a registrar corte de vagas e aumento da fila por emprego, fatores que empurram a taxa para cima.

A piora do cenário econômico, com demissões em setores como indústria, construção e serviços, a renda em queda, inflação e juros altos contribuem para o crescimento da taxa.

SÃO PAULO

São Paulo e Belo Horizonte foram os Estados que mais pressionaram as taxas de desemprego na passagem de setembro para outubro.

Esses Estados tiveram perdas de vagas, sobretudo, na indústria e no comércio.

O desemprego em São Paulo em outubro foi a 8,1%, com 65 mil postos de trabalho fechados na indústria. No ano, a perda chega a 120 mil vagas.

O Estado teve a maior variação da taxa, de 0,8 ponto percentual de um mês para o outro.

Em Belo Horizonte, cuja taxa atingiu 6,9% e teve alta de 0,7 ponto percentual na comparação com o mês anterior, a maior perda foi no comércio, com 27 mil vagas fechadas em outubro.

A indústria da capital mineira perdeu, no intervalo de um ano, 75 mil postos.

Segundo a técnica do IBGE, o desemprego, que em anos anteriores estava circunscrito apenas à indústria, está neste ano mais espalhado pelos setores.

Os jovens são os mais atingidos. A taxa de desemprego na faixa de 18 a 24 anos esteve em 19,5% em outubro– alta de 1,1 ponto percentual frente a setembro. Ante a igual período do ano passado, a alta vai a 7,7 pontos percentuais.

"Devido à menor qualificação, os jovens têm tido mais dificuldade de entrar no mercado e quando conseguem se inserir, ocupam postos de maior rotatividade", disse Beringuy.

Rendimento real habitual - Em R$

PME

A PME deixará de ser divulgada e será substituída no ano que vem pela Pnad Contínua, que é mais abrangente.


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