Folha de S. Paulo


Celular substitui telefone fixo em mais da metade dos lares brasileiros

Danilo Verpa/Folhapress
Pessoa manuseando um celular; aparelhos estão em 91,1% dos domicílios do país
Pessoa manuseando um celular; aparelhos estão em 91,1% dos domicílios do país

O celular está presente em 91,1% dos domicílios brasileiros, sendo o único tipo de telefone em 56,3% deles. Por outro lado, só 37,1% das residências têm telefone fixo convencional.

Os números são da Pnad de 2014 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada nesta sexta-feira (13).

O levantamento mostra uma mudança rápida na forma com que os brasileiros se comunicam. A telefonia fixa, que em 2004 ainda superava os celulares, tem se tornado cada vez mais rara na casa do brasileiro, sendo o único tipo de telefone em apenas 2,4% das casas.

O IBGE não mede em sua pesquisa domiciliar o percentual de aparelhos fixos contratados via combos, oferecidos por empresas de TV paga e provedores de serviço de internet. Mesmo assim, a gerente da Pnad, Maria Lucia Vieira, disse que provavelmente o número de telefones fixos seria menor no país sem as ofertas de combos existentes.

"Eu só tenho telefone fixo porque assinei um pacote de televisão, mas mesmo assim só recebo no fixo ligação de telemarketing", disse a pesquisadora do IBGE.

Celular, computador e DVD

A Pnad também mostra uma leve queda no número de domicílios com acesso à internet por computador. A parcela de casas conectadas à rede por meio de microcomputadores caiu de 42,41%, em 2013, para 42,1% no ano passado.

Segundo Fabio Senne, coordenador de projetos e pesquisas do Cetic.br (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação), entidade que estuda a adoção de tecnologias de comunicação, a difusão do acesso à internet tem ocorrido pelos celulares.

"Nos dados que coletamos no Cetic.br, percebemos um aumento muito rápido no uso de internet pelo celular. Os usuários são principalmente os mais jovens, para quem cada vez mais o celular é o principal meio de se comunicar", diz Senne.

Outro dado presente na Pnad mostra que os aparelhos de DVD têm se tornado menos comuns nos lares do país: houve queda de 72,1% em 2013 para 68,0% no ano seguinte.

"Nas nossas pesquisas, mais da metade dos que usam internet declaram assistir filmes e vídeos em sites como o YouTube ou serviços como o Netflix, o que pode ser um dos fatores que explicam a queda do DVD", afirma Senne.


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