Uma pesquisa inédita realizada pela Fundação Itaú Social avaliou o processo de seleção dos diretores nas escolas públicas brasileiras.
"Concluímos que o tipo de seleção, em si, não diz muita coisa, enquanto o perfil do diretor, este sim, afeta o desempenho das escolas", explica Antonio Bresolin, coordenador da área de Avaliação Econômica de Projetos Sociais da fundação.
O levantamento, intitulado "O Processo de Seleção de Diretores nas Escolas Públicas Brasileiras", concluiu que o desempenho dos alunos das redes municipais e estaduais é melhor nas escolas em que os diretores permanecem de 5 a 15 anos no cargo, incentivam a formação continuada dos profissionais e têm o curso de magistério.
NEM POUCO, NEM MUITO
"Em pouco tempo o diretor não consegue fazer um bom trabalho e em muito tempo pode se acomodar", comenta Bresolin.
Para chegar a essas conclusões, o estudo avaliou o rendimento e a aprendizagem dos alunos do 5º e 9º anos das redes estaduais e municipais de ensino em 2007 e 2011, com base em dados da Prova Brasil, além do Censo Escolar e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.
Esses dados mostram como cada diretor de escola chegou ao cargo em todas as redes públicas do país.
São sete possibilidades: indicação política, indicação técnica, outras indicações, concurso, eleição, eleição mais seleção e outras formas de seleção.
A pesquisa foi feita em coautoria entre a Fundação Itaú Social e as professoras Paula Pereda, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP) e Andrea Lucchesi, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, campus Leste.