Folha de S. Paulo


Banco Central adotará medidas para trazer inflação a 4,5% em 2017

O Banco Central fixou um novo prazo e cronograma para cumprir o objetivo de colocar a inflação na meta e sinalizou que pode voltar a elevar a taxa básica de juros no próximo ano para alcançá-lo.

Segundo a nova estratégia, o BC vai ajustar sua política monetária para garantir que a inflação feche o ano que vem abaixo do teto da meta, de 6,5%, e no centro, 4,5%, em dezembro de 2017.

Antes, o BC prometia levar a inflação para 4,5% no final do ano que vem, mas abandonou esse plano porque a indefinição sobre o ajuste fiscal e novos aumentos de tarifas públicas pioraram as expectativas inflacionárias.

O diretor de Política Econômica do BC, Altamir Lopes, afirmou nesta quinta (5) que a instituição "adotará as medidas necessárias para o cumprimento dos objetivos do regime de metas."

Taxa básica de juros (Selic)

Altamir afirmou que o BC não abandonou o discurso de que a taxa básica de juros (Selic), hoje em 14,25% ao ano, ficará nesse patamar "por período suficientemente prolongado" para levar a inflação para a meta.

Mas disse que, se preciso, o BC subirá os juros "independentemente do nível da atividade" econômica, que pelas projeções de mercado deve retrair em 2015 e 2016.

Segundo a Folha apurou, o BC não descartava reduzir os juros em meados do ano que vem no cenário anterior, de inflação convergindo para o centro da meta em dezembro de 2016.

Para ter a inflação na meta, segundo Altamir, a instituição conta com o fim do processo de reajuste de preços controlados e tarifas (como gasolina e energia).

Ele também avalia que não haverá pressões adicionais sobre o câmbio. Sobre a possibilidade de alta dos juros nos EUA em dezembro, aposta na parcimônia. "O impacto pode não ser tão significativo, mas sempre traz volatilidade. E isso tem de ser levado em consideração, seja nas decisões de política monetária ou cambial [no Brasil]."


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