Folha de S. Paulo


Presidente do Fed diz que alta de juros em dezembro é 'possibilidade real'

Bao Dandan/Xinhua
Janet Yellen, a presidente do banco central dos Estados Unidos
Janet Yellen, a presidente do banco central dos Estados Unidos

A presidente do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), Janet Yellen, sinalizou nesta quarta-feira (4) que a autoridade pode começar a elevar os juros americanos em dezembro, prosseguindo então com uma trajetória lenta de altas enquanto continua a proteger a recuperação econômica.

"A expectativa do Comitê tem sido que a economia continue a crescer em ritmo suficiente para gerar melhora no mercado de trabalho e trazer de volta a inflação à meta de 2% ao ano no médio prazo", disse Yellen durante sessão de perguntas e respostas em uma audiência no Congresso.

Economia americana
Mercado monitora aumento de juros
Janet Yellen, presidente do Fed

"Se as novas informações sustentarem essa expectativa, então nosso cenário indica que dezembro será uma possibilidade real". A economia, disse, está tendo "boa performance", mas o Fed ainda adotará uma postura gradual para elevar os juros após dar o primeiro passo. "A trajetória como um todo importa", completou.

As declarações são as primeiras desde a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) na semana passada, em que o Fed deixou em aberto a possibilidade de elevar os juros no mês que vem.

Será a primeira alta em uma década e um sinal importante de que o Fed sente que a economia está voltando ao normal após o período de maior fraqueza econômica desde a Grande Depressão.

As declarações de Yellen elevaram os rendimentos dos títulos e levaram a investidores a atribuir probabilidade de mais de 60% à possibilidade de o Fed elevar os juros em dezembro, sinal de que os mercados estão finalmente levando a linguagem da autoridade americana a sério.

EFEITO

Os sinais emitidos pelo Fed sobre quando e em quanto elevarão os juros do país têm causado turbulência no mercado financeiro. A expectativa é que a alta provoque uma fuga de recursos aplicados em países emergentes para os Estados Unidos, encarecendo o dólar.

Isso porque a mudança deixaria os títulos do Tesouro americano, cuja remuneração reflete a taxa de juros, mais atraentes que aplicações em mercados emergentes, considerados de maior risco.


Endereço da página:

Links no texto: