Folha de S. Paulo


Greve paralisa plataformas de produção de petróleo, diz sindicato

O Sindipetro-NF (Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense) informou nesta segunda (2) que empregados de 42 plataformas da Petrobras aderiram à greve iniciada no domingo (1º).

A entidade estima que a mobilização reduziu a capacidade de produção de petróleo em 400 mil barris por dia, o equivalente a um quinto da média registrada pela estatal em setembro.

Em 25 plataformas, a produção chegou a ser totalmente paralisada, segundo o Sindipetro-NF. Em oito, a produção foi reduzida e nove foram assumidas por equipes de contingência.

Durante o dia, a Petrobras continuou enviando equipes de contingência para algumas unidades, com o objetivo de retomar a produção.

"A companhia está tomando todas as medidas necessárias para manter a produção e o abastecimento do mercado, garantindo a segurança dos trabalhadores e das instalações", informou a empresa, em comunicado.

A greve dos sindicatos ligados à FUP (Federação Única dos Petroleiros) foi iniciada na tarde de domingo. A entidade reúne 13 sindicatos de empregados da Petrobras, incluindo o Sindipetro-NF, que atua na Bacia de Campos, maior produtora de petróleo do país.

Antes, a FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), que reúne cinco sindicatos, já havia paralisado as atividades.

De acordo com as duas entidades, a greve atinge também refinarias e terminais de embarque e desembarque de petróleo e combustíveis.

A categoria protesta contra o novo plano de negócios da Petrobras, anunciado em junho pela gestão Aldemir Bendine, que prevê corte de investimentos e venda de ativos.

A companhia, porém, se recusa a negociar o tema, limitando o debate ao reajuste salarial. Na quarta-feira (28), aumentou sua proposta, que passou de 5,73% para 8,11%.

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RAIO-X DA GREVE

ADESÃO
13 sindicatos ligados à FUP, filiado à CUT, e 5 da FNP

O QUE PEDEM
Reajuste de 18% segundo a FNP; revisão do plano de desinvestimentos, reposição de empregados por meio de concurso público, entre outros

O QUE A ESTATAL OFERECE
Reajuste de 8,11%; a companhia se nega a discutir propostas "políticas"

HISTÓRICO DE NEGOCIAÇÕES
Nos últimos 12 anos, a categoria teve ganho real acima da inflação


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