Folha de S. Paulo


Chinesas, mascotes puxam venda olímpica

Ricardo Borges/Folhapress
Mascotes olímpicos em frente ao Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro
Mascotes olímpicos em frente ao Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro

Tom e Vinicius, apesar do nome, são chineses. As mascotes oficiais da Olimpíada de 2016 -que homenageiam Tom Jobim e Vinicius de Moraes, dois dos maiores ícones da música brasileira- saem de fábricas da China e chegam, após viagem de 40 dias de navio, em terras brasileiras.

Os bonecos de pelúcia são o carro-chefe de vendas dos produtos licenciados para os Jogos do Rio. O preço sugerido de venda é de R$ 100 para o boneco de 30 centímetros e de R$ 150 para o de 45 centímetros.

Cerca de 270 mil, de um total de 2,5 milhões que serão postos à venda, já estão no Brasil, armazenados em galpões alugados pela Honav, empresa chinesa que desde a Olimpíada de Atlanta, em 1996, atua no ramo.

Bonecos, camisetas, broches, canecas e até joias podem ser comprados em cinco lojas oficiais -nos aeroportos de Santos Dumont, Galeão, Congonhas, com dois pontos de venda, e uma on-line (www.lojario2016.com.br).

Segundo o comitê organizador dos Jogos Olímpicos -Rio 2016-, até o final do ano mais seis lojas físicas serão inauguradas em aeroportos. Durante a competição, outras 150 serão montadas nas arenas, em hotéis e shoppings.

A expectativa do comitê é gerar receita de até R$ 1 bilhão com produtos. Nessa conta entram também vendas em redes varejistas e supermercados. O objetivo é ter 40 mil pontos de venda no país durante os Jogos Olímpicos, em agosto do ano que vem.

O comitê não divulga dados preliminares de vendas, mas até o momento as mascotes lideram. De acordo com o gerente do Projeto de Varejo da Honav no Brasil, Bruno Corrêa, 50 mil unidades já foram vendidas.

Outras empresas licenciadas relataram à Folha que as vendas ainda não decolaram. Segundo a diretora de Licenciamento e Varejo da Rio 2016, Sylmara Multini, as vendas começam a aquecer de dois a três meses antes dos jogos, atingem seu pico no período da competição e vão até o final das Paraolimpíadas, em setembro.

"A crise não nos preocupa porque os Jogos criam uma dinâmica própria na economia. As 205 delegações estrangeiras que chegarão ao país estarão com a moeda valorizada e isso será bom para as vendas", afirma Multini.

Corrêa, da Honav, afirma que a alta do dólar e a crise ainda não tiveram impacto na operação. "Por um lado, nosso custo de importação fica mais alto, mas por outro, os custos de transporte e armazenagem caíram no Brasil".

REPELENTE OLÍMPICO

Setenta empresas licenciadas colocarão no mercado um total de 8.000 produtos. A escolha é por concorrência e 52 empresas já foram acertadas. Falta ainda definir quem deterá licença para vender repelentes, protetores solares e chocolates olímpicos.

Os licenciados pagam royalty ao comitê olímpico, que varia de 11% a 20% do valor das vendas. A fabricante de joias Lisht, por exemplo, detém licença para três linhas de pingentes oficiais. "Os Jogos não vão ser uma experiência para ganhar dinheiro. Estamos participando pela visibilidade que dá", afirma o sócio Lui Lisht.

O licenciado não pode colocar sua marca no produto ou nas embalagens, vantagem concedida apenas aos patrocinadores, como a Coca-Cola, que tradicionalmente comercializa broches com tema dos jogos e a logomarca do refrigerante.


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