Folha de S. Paulo


Bill Clinton prepara discurso sobre confiança contra crise no Brasil

Daniel Marenco/Folhapress
RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL, 09-12-2013, 10h30: Encontro da fundacao Clinton Global Initiative (CGI) na America Latina, no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, reune lideres como o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, o ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o prefeito da cidade do Rio, Eduardo Paes. (Foto: Daniel Marenco/Folhapress, PODER)
Dilma participa de encontro com Bill Clinton em evento da Clinton Global Initiative América Latina, no Rio

O ex-presidente dos EUA Bill Clinton prepara um discurso em que sugere confiança para superar a crise econômica e política brasileira.

Ele está escalado para o encerramento do Encontro Nacional da Indústria, organizado pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias), em 12 de novembro, em Brasília.

De acordo com um auxiliar de Clinton, o discurso ainda não está finalizado, mas há expectativa de que Clinton, que ocupou a Casa Branca entre 1993 e 2001, não ignore as crises atuais no Brasil.

O plano é colocar as dificuldades em perspectiva e, então, passar uma mensagem de confiança. Um diretor da Fundação Clinton disse à Folha, sob condição de anonimato, que o democrata deve usar os próprios EUA como exemplo ao sustentar que o Brasil tem condições de superar dificuldades.

A maior economia do mundo viveu um ano e meio de recessão pós-crise financeira de 2008 e tem mostrado recuperação gradual desde então. Em 2009, o PIB americano encolheu 2,8%, segundo o governo. Em 2015, a projeção do FMI é que se expanda 2,6%.

O Brasil, que, segundo o organismo, perderá duas posições e encerrará o ano como nona maior economia do mundo, deve ter contração de 3% em 2015.

A recessão no país será o cerne do evento da CNI, cujo tema é "Brasil: ajuste e correção da rota". O objetivo é debater possíveis saídas para o atraso na indústria nacional.

O país perdeu 18 posições em cinco anos e está em 56° lugar no ranking mundial de competitividade do IMD (Institute for Management Development) à frente apenas de Mongólia, Croácia, Argentina, Ucrânia e Venezuela.

Quando esteve no Brasil em dezembro de 2013, Clinton adotou tom otimista ao elogiar a redução da desigualdade no país e o crescimento da classe média, com a superação da miséria por milhões de pessoas.

"Programas como o Bolsa Família, fundamentado no Bolsa Escola, são muito importantes", afirmou à época.

O ex-presidente também fez menção elogiosa à "escolha pelo diálogo" como resposta do governo Dilma Rousseff aos protestos ocorridos meses antes que chegaram a reunir 1 milhão de pessoas.

"Em vez de confronto, a cooperação é mais importante para resolver nossos problemas", afirmou.


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