A empreiteira OAS adiou mais uma vez a votação de seu plano de recuperação judicial. Em assembleia nesta quarta-feira (14), os credores concordaram em postergá-la para o dia 3 de novembro.
A falta de acordo com os credores internacionais novamente motivou a suspensão. Como respondem pela maior parte da dívida, a OAS precisa chegar a um consenso com esses credores antes da votação.
Caso o plano seja rejeitado, a lei determina que a falência da empresa seja decretada.
O principal impasse segue sendo por quanto a fatia de 24,4% que a OAS possui na Invepar será vendida. Uma parte significativa do que a empreiteira pagará aos credores virá dos recursos levantados com a operação.
Os credores estrangeiros gostariam que a fatia fosse vendida por, no mínimo, R$ 1,85 bilhão. Mas a canadense Brookfield, que tem interesse em arrematar a participação, afirma que está disposta a desembolsar menos.
Uma nova tentativa de acordo será feita na semana que vem, quando representantes dos credores, da Brookfield e da OAS devem se encontrar em Nova York, apurou a Folha.
CORTE PROFUNDO
Alvo de investigação da Operação Lava Jato da Polícia Federal, a OAS deve mais de R$ 10 bilhões e os credores já sabem que não receberão nem perto disso.
O corte na dívida pode ficar em 70%, segundo apurou a Folha. Tudo dependerá, contudo, do valor final acertado para a venda das ações da Invepar.
A fatia será leiloada, mas a Brookfield tem o direito de cobrir a oferta e já manifestou interesse em dar um lance. Por isso, a importância da sinalização da empresa sobre o quanto está disposta a pagar.
A Brookfield aceitou dar um empréstimo de R$ 800 milhões à OAS. Em troca, recebeu as ações da Invepar como garantia e o direito a cobrir ofertas que venham a ser feitas pela companhia.