A proposta da AB InBev pela SABMiller promete ser alvo de uma investigação minuciosa do governo da África do Sul, que tem um passado de controvérsia com investidores estrangeiros.
O governo sul-africano inclusive já determinou que o Ministério de Comércio e Indústria entrasse em contato com as duas cervejeiras, e o presidente da AB InBev, o brasileiro Carlos Brito, iniciou conversas com o ministro da pasta, Rob Davies.
A África do Sul quer garantias de que o negócio envolvendo a SABMiller —a principal cervejaria do país— não vai afetar o mercado de trabalho nem os fornecedores locais.
A empresa emprega cerca de 9.000 trabalhadores no país e conta com 90% de participação do mercado de cerveja.
Não é a primeira vez que o governo sul-africano demonstra esse tipo de preocupação. Uma oferta do Walmart pela varejista local Massmart, em 2011, também enfrentou oposição de ao menos três ministérios, e o negócio de US$ 2,4 bilhões só foi adiante após enfrentar uma longa burocracia e resistência de setores do governo e de sindicatos.
Cervejarias anunciam 3ª maior fusão da história - Divisão do mercado da cerveja, em %
No caso das duas cervejarias, a presença da AB InBev na África do Sul é mínima e portanto não deve enfrentar oposição das autoridades regulatórias. O temor, porém, é que a história volte a se repetir.
"Se as autoridades da África do Sul vão tentar ganhar algo com isso? É um risco", diz um administrador de fundos que pediu para não ser identificado.
A legislação de competição do país tem uma cláusula que fala em "interesse público" e a SAB levanta questões financeiras e emocionais em seu país de origem.
Além de grande empregadora, a cervejaria tem sua origem em 1895, em Johannesburgo, quando foi criada a South African Breweries.
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