Folha de S. Paulo


Sindicalistas são presos após agressão a diretores da Air France

Seis sindicalistas da Air France foram detidos nesta segunda-feira (12) por causa das agressões aos diretores da companhia aérea, entre eles o diretor de recursos humanos, Xavier Broseta, que teve a camisa arrancada durante um protesto contra um plano de demissões. A imagem foi divulgada em todas as televisões e teve grande repercussão no país.

As detenções ocorreram no começo da manhã em diferentes municípios da região de Paris, conforme informou a emissora "Europe 1".

A promotoria de Bobigny, nos arredores da capital, informou que quatro das prisões ocorreram "sem incidentes" nas residências dos trabalhadores, e que uma quinta aconteceu pouco depois. Uma sexta pessoa também foi detida pela manhã, mas liberada posteriormente.

"Há uma tentativa de criminalizar a ação sindical e os empregados", denunciou o secretário-geral do sindicato CGT da Air France, Miguel Fortea, em manifestação de apoio que reuniu cerca de 150 pessoas em Roissy.

Os detidos foram identificados graças às imagens de vídeo registradas durante os incidentes, que ocorreram quando um grupo de sindicalistas invadiu a reunião do Comitê de Empresa em que a diretoria explicava o plano de cortes aos sindicatos.

Essa invasão causou a suspensão da reunião e no momento em que alguns diretores quiseram abandonar o local foram abordados por sindicalistas.
Durante os incidentes também houve feridos entre os integrantes da equipe de segurança que vigiava o encontro.

A empresa francesa anunciou um plano de demissões de 2.900 pessoas nos dois próximos anos, após os sindicatos de pilotos recusarem a proposta de melhora da competitividade da diretoria.

A companhia aérea se deu um prazo de dois meses e meio para chegar a um acordo que evite a totalidade dessas 2.900 demissões, mas até o momento seu principal pedido, que os pilotos voem cem horas a mais ao ano pelo mesmo salário, é rejeitada por esse coletivo.


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