Folha de S. Paulo


Polícia Federal prende em Brasília filho de antigo dono da Vasp

O empresário Wagner Canhedo Filho foi preso preventivamente pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (9), em Brasília, por suspeita de falsidade ideológica, fraude fiscal, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Ele é filho de Wagner Canhedo, que foi dono da companhia aérea Vasp. A família atua também nos ramos de hotelaria e transportes no Distrito Federal.

A ação desta sexta é uma continuidade da Operação Patriota, deflagrada em maio passado, que identificou um suposto esquema de fraudes para impedir execuções de dívidas tributarias do grupo empresarial.

De acordo com o Ministério Público Federal, que também participa da investigação, Canhedo Filho usava empresas fantasmas, em nome de laranjas, com o objetivo de dificultar as execuções fiscais dos negócios da família.

Os procuradores responsáveis pelo caso afirmam que o empresário continuou cometendo crimes, mesmo após a Operação Patriota, como mostra o trecho do documento em que eles solicitam à Justiça Federal autorização para prendê-lo preventivamente.

"Canhedo Filho migrou seu esquema para a utilização de outras empresas até então não conhecidas e também não atingidas pelos bloqueios judiciais (...), dentre as quais a Cooperativa de Transportes Alternativos e Autônomos do DF".

Ainda segundo o MPF, Canhedo Filho sacou R$ 1,2 milhão de uma conta em nome da Cooperativa, que havia recebido vultuosos recursos das empresas da família.

Jefferson Coppola - 23.mar.2004/Folhapress
ORG XMIT: 173601_1.tif O presidente da Vasp, Wagner Canhedo, durante debate no Fórum Panrotas, em São Paulo (SP). (São Paulo, SP, 23.03.2004. Foto: Jefferson Coppola/Folhapress. Negativo: SP 03802-2004)
Wagner Canhedo, ex-dono da Vasp, durante debate em São Paulo em 2004

PRIMEIRA ETAPA

Em maio, os policiais cumpriram diversos mandados de busca e apreensão. Canhedo Filho chegou a ser detido em flagrante por posse ilegal de arma.

Na ocasião, também foi determinado o afastamento de gestores do grupo empresarial da família Canhedo.

Os MPF informou que, pelo cálculos da Procuradoria da Fazenda Nacional, os prejuízos ao erário chegam a R$ 875 milhões.

Conforme a Folha revelou no mês passado, um contador da Wagner Canhedo, pai do empresário detido hoje, admitiu em depoimento que criou empresas fantasma para ajudar a família a esconder patrimônio e escapar das dívidas cobradas pela Receita Federal.


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