Folha de S. Paulo


Greve dos bancários tem adesão de 38 mil, diz sindicato de SP

A greve dos bancários teve adesão de 38 mil funcionários de 582 agências e 18 centros administrativos, segundo informou o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região (filiado à CUT).

Os dados nacionais da greve da categoria ainda não foram divulgados pela Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro), também ligada à CUT.

São mais de 500 mil bancários no Brasil em campanha salarial, sendo 142 mil representados pelo sindicato em São Paulo, Osasco e região.

RAIO-X DA GREVE NO BANCOS
Conheça as reivindicações do bancários
Banco na avenida Paulista
NÚMERO DE BANCÁRIOS
>>500 mil no Brasil; 142 mil representados pelo sindicato de SP
O QUE QUEREM
>>Reajuste de 16% (5,6% de aumento real)
O QUE OFERECEM OS BANCOS
>>5,5% de reajuste e R$ 2.500 de abono fixo
REAJUSTE MAIS RECENTE
>>2,02% acima da inflação, em 2014. Entre 2004 e 2014 o aumento real foi de 20,07%

"No ano passado, o primeiro dia envolveu 16 mil bancários de 626 agências em São Paulo. Neste, já são 38 mil, o que mostra a insatisfação dos trabalhadores com a proposta feita pelos bancos. Está longe de repor a inflação e do que o setor pode negociar, uma vez que os lucros neste ano cresceram", diz a sindicalista.

Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, tem a mesma avaliação. Ele acredita que o "forte início de greve mostra a insatisfação dos bancários".

"Fazer esta proposta de redução de 4% dos nossos salários mostra falta de responsabilidade social e falta de coerência com os altos lucros que sempre tiveram", afirma o dirigente.

As instituições financeiras e a Fenaban (federação dos bancos) não divulgaram adesão ao movimento e não comentaram a greve.

A proposta dos bancos prevê 5,5% de reajuste salarial com pagamento de R$ 2.500 de abono fixo. A categoria pede reajuste salarial de 16%, sendo 5,6% de aumento real e 9,88% referentes à perda causada pela inflação acumulada nos últimos 12 meses.

Pelos cálculos do Sindicato dos Bancários, a "perda real de 4%" significa que um bancário que recebe o salário médio da categoria iria perder no ano R$ 1.983 em relação a uma proposta que apenas cobrisse a inflação.

Segundo o sindicato, esse foi o pior índice oferecido pelos bancos desde 2004.

A categoria recebeu aumento real de 20,07% no período entre 2004 e 2014. No ano passado, foram 2,02% acima da inflação.

A greve continua nesta quarta-feira. "Estamos dispostos a voltar a negociar, mas tem de ser apresentada uma proposta que valorize os trabalhadores, que reponha a inflação, que continue o ciclo de ganho real, que distribua parte dos seus lucros, que tenha salvaguardas para os nossos empregos, que garanta igualdade de oportunidades para todos", diz o presidente da Contraf-CUT.

ORIENTAÇÕES AO CONSUMIDOR

De acordo com o Procon-SP, mesmo com a paralisação, o consumidor continua com a obrigação de pagar faturas, boletos bancários e cobranças, mas as empresas são obrigadas a oferecer outro local de pagamento.

A entidade recomenda que o consumidor entre em contato com a empresa e peça opções de formas e locais para pagamento, como internet, sede da empresa e lotéricas.

O consumidor deve documentar o pedido para que, posteriormente, possa reclamar ao Procon-SP se o fornecedor não o atender. Guarde os comprovantes de pagamento.

Contas de água, luz e telefone podem ser pagas em casas lotéricas credenciadas.

COMO DRIBLAR A GREVE

Para que você possa se preparar, a Folha elaborou algumas dicas para driblar a paralisação. Confira abaixo:

1 - Pagar conta

O consumidor continua com a obrigação de pagar faturas, boletos bancários e demais contas, mas as empresas devem oferecer uma alternativa de pagamento, afirma Dori Boucault, advogado especialista em direitos do consumidor.

Para evitar a cobrança e o envio do nome a serviços de proteção ao crédito, o consumidor deve entrar em contato com a empresa e pedir opções de formas e locais para pagamento, como internet, sede da empresa e casas lotéricas.

O consumidor deve documentar o pedido para que, posteriormente, possa reclamar ao Procon-SP se o fornecedor não o atender. É preciso guardar os comprovantes de pagamento, para o caso de a empresa não acusar o recebimento do valor.

2 - Sacar dinheiro

Caixa eletrônico e terminais de autoatendimento 24 horas são alternativas para quem precisa sacar dinheiro. No entanto, os bancos estabelecem limites máximos de retirada por dia. No Bradesco, o valor varia de acordo com o dispositivo de segurança e vai de R$ 800 a R$ 2.000.

Caixa e Banco do Brasil têm limite máximo de R$ 1.000.

Correntistas da Caixa Econômica Federal também podem retirar dinheiro em casas lotéricas.

3 - Desbloquear cartão

O cliente pode fazer o desbloqueio do cartão nos terminais de autoatendimento localizados nas agências bancárias. Alguns bancos também permitem desbloquear pelo telefone e pela internet.

4 - Cadastrar senhas

Para utilizar os canais de atendimento na internet, é preciso cadastrar senha de acesso. Esse passo pode exigir uma etapa na internet e outra no terminal de autoatendimento.

O cliente também terá que instalar dispositivos de segurança em seu computador.

5 - Investir ou resgatar aplicações

O investidor não deve ser muito afetado. O home broker (plataforma de negociações on-line) permite fazer investimentos ou resgates de aplicações. Além disso, há a opção de enviar pelo telefone ordens de compra e venda para a corretora.

6 - Transferências

Podem ser feitas pelo internet banking ou nos terminais de autoatendimento. Para valores elevados, é preciso cadastrar o destinatário do dinheiro. Alguns bancos exigem que isso seja feito na agência, mas outros permitem o uso do internet banking e do telefone.

O valor mínimo para realizar uma TED (Transferência Eletrônica Disponível) é de R$ 250. Para DOC não há mínimo.

7 - Depósitos

O cliente pode efetuar depósitos nos terminais de autoatendimento localizados nas agências bancárias.

Editoria de Arte/Folhapress

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