Folha de S. Paulo


Greve dos bancários paralisa agências em SP; veja o que fazer

A greve dos bancários paralisa agências em São Paulo e em mais 19 Estados (além do Distrito Federal) nesta terça-feira (6).

Na avenida Paulista e no vale do Anhangabaú —regiões visitadas pela Folha— agências do Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Santander, Caixa e Bradesco tinham filas para realizar serviços como saques, depósitos e pagamento de contas. As agências, porém, não contavam com atendimento ao público e todos os serviços tinham que ser feitos via caixa eletrônico.

RAIO-X DA GREVE NO BANCOS
Conheça as reivindicações do bancários
Banco na avenida Paulista
NÚMERO DE BANCÁRIOS
>>500 mil no Brasil; 142 mil representados pelo sindicato de SP
O QUE QUEREM
>>Reajuste de 16% (5,6% de aumento real)
O QUE OFERECEM OS BANCOS
>>5,5% de reajuste e R$ 2.500 de abono fixo
REAJUSTE MAIS RECENTE
>>2,02% acima da inflação, em 2014. Entre 2004 e 2014 o aumento real foi de 20,07%

A auxiliar de limpeza Joacira Cavali, 57, estava havia pelo menos 15 minutos dentro de uma agência do Bradesco, na avenida Paulista, para pagar as contas de água dela e da filha. Ela afirma que ficou sabendo da greve apenas nesta manhã.

"Soube hoje quando cheguei ao trabalho. Preciso pagar essas contas e não sei direito como fazer". Na unidade em que ela se encontrava, uma das maiores da região, apenas dois funcionários auxiliavam no setor de autoatendimento ao público.

Em outra agência da região, o garçom Renato da Silva, 47, tentava fazer um depósito de R$ 150 para o enteado.

Mesmo com o anúncio antecipado da greve, algumas pessoas esperavam que pelo menos parte do atendimento ainda estivesse em ação.

A estudante Renata Louveira, 26, precisava sacar R$ 1.000. A jovem, porém, esqueceu de que o saque no caixa eletrônico é limitado.

"Eu sabia da greve, mas desconhecia o limite de saque. Achei que teria alguém para me ajudar, mas só há os seguranças", disse ela dentro de uma unidade do Itaú Unibanco na avenida Paulista.

A paralisação, porém, ainda não atingia todas as regiões visitadas pela reportagem da Folha na cidade de São Paulo.

Na região do Paraíso, agências do Bradesco, Itaú Unibanco, HSBC e Santander funcionavam normalmente. A exceção era uma agência do Banco do Brasil, que não realizava atendimento ao público.

A Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) ainda não divulgou suas estimativas a respeito da abrangência da paralisação desta terça em todo o país.

ORIENTAÇÕES AO CONSUMIDOR

De acordo com o Procon-SP, mesmo com a paralisação, o consumidor continua com a obrigação de pagar faturas, boletos bancários e cobranças, mas as empresas são obrigadas a oferecer outro local de pagamento.

A entidade recomenda que o consumidor entre em contato com a empresa e peça opções de formas e locais para pagamento, como internet, sede da empresa e lotéricas.

O consumidor deve documentar o pedido para que, posteriormente, possa reclamar ao Procon-SP se o fornecedor não o atender. Guarde os comprovantes de pagamento.

Contas de água, luz e telefone podem ser pagas em casas lotéricas credenciadas.

COMO DRIBLAR A GREVE

Para que você possa se preparar, a Folha elaborou algumas dicas para driblar a paralisação. Confira abaixo:

1 - Pagar conta

O consumidor continua com a obrigação de pagar faturas, boletos bancários e demais contas, mas as empresas devem oferecer uma alternativa de pagamento, afirma Dori Boucault, advogado especialista em direitos do consumidor.

Para evitar a cobrança e o envio do nome a serviços de proteção ao crédito, o consumidor deve entrar em contato com a empresa e pedir opções de formas e locais para pagamento, como internet, sede da empresa e casas lotéricas.

O consumidor deve documentar o pedido para que, posteriormente, possa reclamar ao Procon-SP se o fornecedor não o atender. É preciso guardar os comprovantes de pagamento, para o caso de a empresa não acusar o recebimento do valor.

2 - Sacar dinheiro

Caixa eletrônico e terminais de autoatendimento 24 horas são alternativas para quem precisa sacar dinheiro. No entanto, os bancos estabelecem limites máximos de retirada por dia. No Bradesco, o valor varia de acordo com o dispositivo de segurança e vai de R$ 800 a R$ 2.000.

Caixa e Banco do Brasil têm limite máximo de R$ 1.000.

Correntistas da Caixa Econômica Federal também podem retirar dinheiro em casas lotéricas.

3 - Desbloquear cartão

O cliente pode fazer o desbloqueio do cartão nos terminais de autoatendimento localizados nas agências bancárias. Alguns bancos também permitem desbloquear pelo telefone e pela internet.

4 - Cadastrar senhas

Para utilizar os canais de atendimento na internet, é preciso cadastrar senha de acesso. Esse passo pode exigir uma etapa na internet e outra no terminal de autoatendimento.

O cliente também terá que instalar dispositivos de segurança em seu computador.

5 - Investir ou resgatar aplicações

O investidor não deve ser muito afetado. O home broker (plataforma de negociações on-line) permite fazer investimentos ou resgates de aplicações. Além disso, há a opção de enviar pelo telefone ordens de compra e venda para a corretora.

6 - Transferências

Podem ser feitas pelo internet banking ou nos terminais de autoatendimento. Para valores elevados, é preciso cadastrar o destinatário do dinheiro. Alguns bancos exigem que isso seja feito na agência, mas outros permitem o uso do internet banking e do telefone.

O valor mínimo para realizar uma TED (Transferência Eletrônica Disponível) é de R$ 250. Para DOC não há mínimo.

7 - Depósitos

O cliente pode efetuar depósitos nos terminais de autoatendimento localizados nas agências bancárias.

Editoria de Arte/Folhapress

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