Folha de S. Paulo


AB InBev negocia crédito de US$ 70 bi com bancos, diz agência

Siphiwe Sibeko/Reuters
Bottles of beer move along a production line at South African Breweries, owned by SABMiller, in Alrode, South Africa in this April 2, 2009 file photo. Anheuser-Busch InBev has approached rival SABMiller about a takeover that would form a brewing colossus which makes around a third of the beer consumed globally. Belgium's AB InBev - the world's biggest brewer - makes Budweiser, Stella Artois and Corona, while Britain-based SABMiller - the No. 2 player - owns Peroni, Grolsch and Pilsner Urquell beers. REUTERS/Siphiwe Sibeko/Files ORG XMIT: LONX302
Garrafas em linha de produção de uma cervejaria da SABMiller, em Alrode, África do Sul

A AB InBev negocia com uma série de bancos para obter financiamento de até US$ 70 bilhões visando a negociação de compra da rival SABMiller, de acordo com a agência Bloomberg.

Cerca de dez instituições (como Bank of America, Santander e Deutsche Bank) estariam discutindo com a maior cervejeira global, mas, ainda segundo a Bloomberg, não há nada fechado.

A SABMiller tem um valor de mercado de US$ 91 bilhões, impulsionado pela alta das suas ações desde que foi revelado o interesse da AB InBev, em 16 de setembro —os papéis subiram 23% nesse período.

A concorrente, que tem os brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira entre os seus principais acionistas, é avaliada em Bolsa em US$ 169 bilhões.

Segundo o jornal britânico "The Sunday Times", as duas companhias iniciaram conversas "amigáveis" e a oferta pode sair nos próximos dias.

Pelas regras britânicas, a AB InBev tem até o dia 14 de outubro para apresentar uma proposta ou anunciar que desistiu do negócio —uma outra opção é a SABMiller pedir às autoridades uma extensão das negociações.

Caso se efetive, a união das duas gigantes (líder e vice-líder global em fatia de mercado) criaria uma empresa de US$ 275 bilhões que responderia por uma em cada três garrafas de cerveja produzidas no planeta.

O negócio, porém, certamente enfrentará questões com as autoridades regulatórias, especialmente nos mercados americano e chinês.

Analistas acreditam que o Departamento da Justiça dos EUA deve obrigar a SAB a vender sua participação na MillerCoors, nos EUA, e o novo grupo teria que abrir mão dos 49% da SAB em uma associação que opera na China.

Outro complicador é que a SABMiller é a maior engarrafadora da Coca-Cola no mundo, enquanto a AB InBev tem acordos com a rival PepsiCo.


Endereço da página:

Links no texto: