Pela segunda vez em cinco anos, o engenheiro alemão Mathias Müller, 62 anos, é candidato a ser o executivo capaz de tirar uma marca do grupo Volkswagen de uma enrascada.
Para dar conta do recado, Müller terá de usar experiência que já viveu em outros tempos agitados na sua carreira. Em 2010, ele assumiu a presidência da Porsche, ocupando o posto de Wendelin Wiedeking.
Como acaba de acontecer com Martin Winterkorn (o agora ex-presidente da Volkswagen), Wiedeking foi o homem que revolucionou a empresa que comandava, mas acabou na rua.
Quando Müller chegou à companhia, há cinco anos, a marca fabricava cerca de 95 mil carros. Em 2014, a produção chegou a cerca de 190 mil unidades. Também dobrou o lucro líquido, de € 1,2 bilhão em 2010 para € 2,7 bilhões em 2014.
| Marijan Murat/Efe | ||
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| O presidente da Porsche, Mathias Müller, e o ex-presidente da Volkswagen, Martin Winterkorn |
Nascido na antiga Alemanha Oriental, Müller começou no grupo Volkswagen como aprendiz de ferramenteiro da Audi, em 1977. Formou-se em engenharia da computação e fez um percurso veloz no grupo.
Trabalhou nas áreas de computação da Audi, no planejamento da Volkswagen e foi chefe de produto das marcas Audi e da Lamborghini e Seat. Em 2007, três anos antes de assumir a Porsche, foi nomeado como chefe de gestão de produto da Volkswagen.
A favor da indicação de Müller para o comando da Volkswagen certamente pesou a imagem que ele deu à Porsche: uma montadora capaz de produzir carros possantes, mas também, ecologicamente corretos.
Sob seu comando, a marca construiu o 919 Hybrid, que venceu as 24 Horas de Le Mans, e lançou modelos de série como o sedã esportivo Panamera S E-Hybrid, o cupê 918 Spyder e o SUV Cayenne, todos híbridos.
No salão de Frankfurt deste ano, ele apresentou o Mission E, carro da marca movido a baterias de íon de lítio, com autonomia para 500 quilômetros, que acelera de 0 a 100 km/h em apenas 3s2 e crava 250 km/h de velocidade máxima.
Ele também tem bom trânsito com Ferdinand Piech e Wolfgang Porsche, os mais influentes acionistas da empresa de investimento que gere as participações da família Porsche e Piech, que comandam os destinos da Porsche e da Volkswagen.
Esse apoio será fundamental na missão de sanear a montadora alemã em tempos tumultuados.
