Folha de S. Paulo


Rio teme excesso de quartos em hotéis após Olimpíada

Com a oferta de hospedagem teoricamente equacionada para a Olimpíada, as grandes redes de hotéis estão agora preocupadas com o excesso de quartos no Rio ao fim do evento, em agosto de 2016.

Com incentivos fiscais oferecidos pela prefeitura carioca, o número de unidades na rede hoteleira na cidade cresceu de 19.800 em 2010 para 24 mil em 2014. Até março de 2016, serão 37 mil quartos, segundo a RioNegócios, agência municipal de fomento.

Somada a apart-hotéis, albergues e motéis, a oferta deverá chegar a 51 mil unidades habitacionais em março do próximo ano —bem mais que as 40 mil unidades exigidas pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). "A oferta está resolvida. A questão é como ocupar esses quartos após os Jogos, já que a economia piorou e a Petrobras parou. Teremos ociosidade", diz Alfredo Lopes, presidente da Abih-RJ (associação dos hotéis).

Ricardo Borges/Folhapress
Novotel na Barra da Tijuca, da operadora francesa AccorHotels, dona também das marcas Ibis, Sofitel e Mercure
Novotel na Barra da Tijuca, da operadora AccorHotels, dona também das marcas Ibis, Sofitel e Mercure

Em nenhum lugar no mundo a operadora francesa AccorHotels (dona de marcas como Ibis, Novohotel, Sofitel e Mercure) inaugurou tantos hotéis quanto no Rio. Foram seis novos empreendimentos de uma ano para cá, e serão outros seis até 2016.

Patrick Mendes, presidente da rede na América do Sul, prevê ociosidade na cidade pelos próximos sete anos, período necessário para a demanda e a oferta se reequilibrarem. "Isso acontece em outros países que receberam a Olimpíada. A saída é atrair eventos para a cidade. Temos conversado com autoridades de turismo para ajudar nisso", conta Mendes.

Avaliação semelhante tem a BHG, terceira maior rede hoteleira do país e dona de hotéis da marca Golden Tulip e Royal Tulip. "Já existem muitos quartos inaugurados desde a Copa do Mundo, ao mesmo tempo que temos uma crise no país. Se na Olimpíada estaremos lotados, fora dela poderá haver ociosidade", diz o diretor Felipe Gomes.

VALOR DA DIÁRIA

A ver como reagirão os preços. A diária média, em junho deste ano, foi de R$ 412 para um quarto em hotel quatro estrelas, ante R$ R$ 736 um ano antes. Para um cinco estrelas, ficou em R$ 670 ante R$ 1.339 em junho de 2014.


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