Folha de S. Paulo


Estados de SP, MG e SC são rebaixados pela agência de risco S&P

Emmanuel Dunand - 18.set.2012/AFP
(FILES) This September 18, 2012 file photo shows a sign for Standard & Poor's rating agency in front of the company headquarters in New York. US rating firm Standard & Poor's said February 3, 2015 it had agreed to pay $1.37 billion to settle lawsuits that it overrated mortgage bonds at the heart of the
Sede da agência de risco Standard & Poors, em Nova York

Depois de retirar do Brasil o selo de bom pagador, a agência de classificação de risco Standard & Poor´s anunciou nesta sexta-feira (11) também a redução das notas de crédito de longo prazo dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.

No caso dos três Estados, o rebaixamento foi de BBB- (ainda na escala de grau de investimento) para BB+ (grau especulativo, com probabilidade de calote).

Segundo comunicado da agência, também o Estado do Rio de Janeiro sofreu rebaixamento em sua nota, de BB+ para BB –o Estado já estava avaliado dentro da zona de possível calote.

A lista da S&P inclui ainda a cidade do Rio, cuja nota foi reduzida de BBB/A-2 para BBB-/A-3. A agência também revisou a perspectiva de "estável" para "negativa" no rating (nota) da capital do Rio, na escala nacional Brasil.

Para os Estados, nesta escala nacional, a redução foi de brAAA para brAA+ no caso de São Paulo e Santa Catarina, de brAA+ para brAA- no do Rio e de brAAA para brAA no caso de Minas. A Prefeitura do Rio agora é o único governo que mantém grau de investimento.

O governo de São Paulo, em nota, afirma que a decisão da S&P "decorre do rebaixamento recente do rating do governo federal" e que, pelos critérios da agência, "os fatores institucionais e econômicos nacionais e a deterioração da posição fiscal soberana têm impacto direto sobre o ambiente operacional dos estados e municípios brasileiros".

O governo de Santa Catarina disse, também em nota, que a mudança da nota "é uma consequência do rebaixamento do Brasil, já que as agências de risco não classificam os subnacionais (Estados) acima do soberano (União)".

Manter o selo de bom pagador é considerado importante porque grandes fundos internacionais possuem regras impedindo-os de investir em títulos de países com grau especulativo.

REBAIXAMENTOS ANTERIORES

Em agosto, outra agência de risco, a Moody's, já havia reduzido as notas dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Maranhão, além das cidades do Rio e Belo Horizonte. Exceto São Paulo e Rio, o rebaixamento da Moody's para os demais havia resultado na perda do grau de investimento, que é o selo de bom pagador da dívida.

Sobre a Moody's, no mês passado, o governo do Paraná informou que o rebaixamento não refletia "o atual cenário do Estado", que promoveu medidas de ajuste fiscal no início do ano. Afirmou ainda que a avaliação baseou-se em dados de 2014, e que neste ano já havia sinais de crescimento na economia no Estado.

Já o governo mineiro, em nota, havia afirmado sobre a avaliação da Moody's que a "estreita relação com a posição fiscal da União" provocou a alteração da nota, além do "enfraquecimento diante da arrecadação menor" e "mais rigidez nos gastos".


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