Folha de S. Paulo


Dona da Vivo estuda adquirir operações da Sky no Brasil

Sergio Perez - 8.nov.13/Reuters
People are reflected as they walk past Spanish telecom group Telefonica's flagship store in central Madrid November 8, 2013. Telefonica on Friday posted a sharp drop in nine-months earnings, which overshadowed its progress on cutting debt and efforts to revive a loss-making investment in Telecom Italia. REUTERS/Sergio Perez (SPAIN - Tags: BUSINESS TELECOMS) ORG XMIT: MAD12
Fachada da loja da Telefônica; empresa estuda a compra da Sky no Brasil

O Brasil está em compasso de espera na dança das teles. Nessa quadrilha, a disputa pela noiva segue acirrada. No momento, essa vaga é da Sky, que pode ser adquirida pela Telefónica, dona da Vivo.

A Folha apurou que as conversas com a americana AT&T, dona da Sky, acontecem por meio de bancos desde julho. As empresas ainda não sentaram para decidir se existe chance de casamento.

A AT&T ainda não decidiu se investirá em uma operação comercial via Sky no Brasil. Ela prefere concentrar seus esforços nos EUA e México, onde, recentemente, adquiriu a operação da Nextel.

Para a Vivo, controlada pela Telefónica, a compra da Sky seria um passo importante. Rapidamente, ela passaria a ter 38% do mercado de TV paga do país. Só a Sky detém 29% em acessos, todos feitos via satélite.

Caso o negócio siga adiante, a Telefónica pagaria, no mínimo, R$ 21 bilhões, e a Vivo encostaria na América Móvil (Claro, Embratel e Net) do bilionário mexicano Carlos Slim. Juntas, as empresas do grupo mexicano lideram na TV paga, com 51,8% dos acessos (por cabo e satélite).

Ambas ficariam consolidadas nos principais ramos de negócio da telefonia hoje: celular, banda larga e TV. E assistiriam de longe à disputa pelo terceiro lugar, onde estão TIM, Oi e Nextel. Consolidar significa deter a maior participação possível em clientes e receita mas sem comprometer a concorrência, algo que faria acender a luz vermelha no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

NA FILA

De longe, a Nextel já "namorava" a Telefónica. Desde que fechou um acordo comercial para que a Vivo atendesse seus clientes de celular, em 2014, a Nextel esperava que pudesse ser comprada pela companhia espanhola.

No Brasil, a empresa tem dado prejuízos bilionários. Em 2014, foi de R$ 1,9 bilhão. Nesta semana, a Nextel contratou o executivo Francisco Valim, ex-presidente da Oi, para colocar as finanças em ordem. Só assim a companhia terá chance de conseguir outro interessado em adquiri-la.

No passado, a TIM, controlada pela Telecom Italia, até se aproximou da Nextel pensando em comprá-la, mas foi só um flerte.

Logo em seguida, houve uma movimentação para uma possível fusão da TIM com a Oi, em resposta a um movimento que tinha sido feito pela Oi para tentar comprar a TIM junto com Vivo e Claro.

Hoje, com o movimento da Telefónica em direção à Sky, a coreografia que fatiaria a TIM em três ficou improvável, mas ainda está nos planos dos sócios da Oi, que venderam a operadora Portugal Telecom (em Portugal) e têm uma folga financeira para ir a mercado e tomar empréstimo para adquirir um pedaço da TIM. Mas Claro e Vivo não têm mais interesse em dar esse passo efetivamente.

Por enquanto, a dança das teles está parada na TIM. A Telefónica, que indiretamente tinha um pedaço da operadora no Brasil, foi obrigada a se retirar e quem praticamente assumiu em seu lugar foram os franceses da Vivendi.

Nas últimas semanas, um representante da Vivendi vem escrutinando o presidente da TIM Rodrigo Abreu em busca de informações para saber se continuarão com a TIM ou se vão pressionar o conselho da Telecom Italia para uma venda.

Disso também dependerá os próximos movimentos da Oi. Só então será possível saber se haverá mais uma noiva após as conversas entre Telefónica e AT&T.


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