Folha de S. Paulo


Bolsa segue mau humor externo e cai mais de 2%; dólar sobe a R$ 3,67

Alessandro Shinoda - 8.ago.2011/Folhapress
Operadores do pregão na BM&FBovespa, em São Paulo
Operadores do pregão na BM&FBovespa, em São Paulo

O principal índice da BM&FBovespa cai mais de 2% nesta terça-feira (1º) com investidores cautelosos com a situação fiscal do país, um dia após o governo ter entregado proposta de Orçamento para 2016 prevendo deficit de R$ 30,5 bilhões, o que reforçou o temor de perda do selo de bom pagador do Brasil.

O clima de aversão ao risco no exterior também colabora para a baixa do Ibovespa. Por lá, repercutem negativamente dados fracos da indústria chinesa e americana em agosto, que ofuscaram a surpresa positiva da queda na taxa de desemprego na zona do euro em julho.

Às 11h45 (de Brasília), o Ibovespa tinha desvalorização de 2,33%, para 45.540 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,7 bilhão. No mesmo horário, os principais índices de ações de Nova York caíam mais de 1,5%, enquanto na Europa as Bolsas cediam mais de 2%.

No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,94% sobre o real, cotado em R$ 3,667 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, avançava 1,07%, para R$ 3,668. A moeda americana também ganhava força sobre as principais divisas internacionais.

A valorização do dólar sobre o real ocorria mesmo com a intervenção do Banco Central do Brasil no mercado. A autoridade deu início à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, com um leilão de 9.450 contratos. A operação equivale a uma venda futura de dólares.

COMMODITIES CAEM

A desaceleração chinesa pressionava para baixo os preços das commodities nesta sessão, derrubando papéis de produtores de matérias-primas. A ação preferencial (sem direito a voto) da Petrobras recuava 4,57%, para R$ 8,77, enquanto a preferencial da Vale cedia 2,96%, para R$ 13,73, às 11h45.

Papéis do setor bancário também operavam no vermelho, ajudando a empurrar o Ibovespa para baixo. Este é o setor com maior peso dentro do índice. O Itaú perdia 1,77%, para R$ 26,06, enquanto a ação preferencial do Bradesco registrava desvalorização de 2,86%, para R$ 22,39.

Internamente, a equipe de análise da XP Investimentos avaliou a proposta de Orçamento apresentada pelo governo na véspera como uma desistência "do compromisso alardeado pelo Banco Central desde o fim do ano passado de levar a inflação ao centro da meta, de 4,5%, ao fim de 2016."


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